O carmelita explicou que depois da coragem de falar a verdade sobre si mesmo é preciso eliminar as atitudes que fazem oscilar de uma parte a outra
Rádio Vaticano
Prosseguem os Exercícios Espirituais do Papa e da Cúria Romana na Casa de Retiros Divino Mestre, em Ariccia, a cerca de 30 km de Roma.
O pregador é o carmelita Bruno Secondin, que na meditação desta terça-feira, 24, exortou os presentes a empreenderem o caminho quaresmal deixando de lado todas as máscaras e toda ambiguidade.
“Quanto sofrimento nos provocaram alguns temas sensíveis”, afirmou o sacerdote, acrescentando que “não devemos esconder os nossos escândalos” e é importante que “as vítimas da injustiça sejam levadas à cura com a nossa humildade de reconhecer os erros”.
O reconhecimento das culpas da Igreja emergiu na referência ao gesto de Elias, que mandou justiçar os profetas de Baal. O pregador carmelita convidou a recordar que a Igreja, em sua história, foi capaz de atos violentos. E destacou que hoje essa mesma violência pode se expressar de outras formas, “mesmo sem a espada”, utilizando por exemplo a força da linguagem e até mesmo os novos meios de comunicação. “Às vezes, também o teclado mata mais que a espada!”
Para a conversão, destacou o padre, depois da coragem de se expor, de falar a verdade sobre si mesmo, de tirar a máscara que adormece as nossas consciências, há a necessidade de encaminhar-se em “sendas de liberdade” e eliminar essas atitudes que nos fazem “oscilar de uma parte a outra” e deixar espaço ao Senhor. “Deus é sempre um abraço de misericórdia”, ressaltou o pregador.
O Papa e seus colaboradores encerram os Exercícios Espirituais, na sexta-feira, 27 de fevereiro, regressando ao Vaticano no mesmo dia.