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Conflitos

Padre declara que situação no Egito está se normalizando

"A situação está se normalizando, mesmo se o protesto continua na Praça Tahrir, onde se alternam os oradores que fazem discursos com um sistema de alto-falantes", declarou o missionário comboniano que trabalha no Cairo, no Egito, padre Luciano Verdoscia, sobre os últimos conflitos.

"Ontem, eu testemunhei um momento emocionante quando foram lembradas as pessoas que morreram nos recentes confrontos. Eu também ouvi o discurso de um famoso escritor e ativista dos direitos humanos, Sakina Fouad, que podem ser resumidos em três conceitos: por que o governo não nos ouviu quando denunciamos a corrupção e a falta de democracia? Onde estavam os manifestantes quando denunciamos esta situação?", questionou Luciano, ao afirmar que o povo egípcio é uma grande nação, com uma cultura e um vasto patrimônio histórico, mas que ainda deve se expressar no contexto internacional. Ressaltou ainda que a liderança do país deve ser tomada por "pessoas que amam o país e não por aqueles que o exploram".

"Eu perguntei a alguns manifestantes se estão planejando para projetar o futuro do país", continua padre Luciano. "Eles me responderam que não, porque agora só estão interessados no protesto e a reiterar o pedido de demissão do presidente Mubarak. Mas já existem programas que foram difundidos no movimento de protesto".

Padre Luciano continou relatando que parece estar emergindo contrariedades á liderança de Omar Seleiman – ex-chefe de serviços secretos, nomeado vice-presidente – inicialmente aceita, porque o contrato para o gasoduto, que liga o Egito a Israel, teria sido atribuído a uma pessoa a ele próxima. "Os manifestantes pedem a formação de um governo técnico provisório. Foi também proposta uma lista de nomes que poderiam fazer parte deste executivo", complementa.

Segundo padre Luciano, a situação não foi resolvida, pois a adesão aos protestos continuam e existem vários outras praças ocupadas pelos manifestantes. Sobre todos os sinais de cansaço da população por causa dos protestos, padre Luciano respondeu:

"A maior parte das pessoas querem mudar e querem continuar o protesto. Existem, no entanto, os partidários de Mubarak que estão pressionando por um rápido retorno à normalidade. Em particular, os empreendedores e os que de algum modo vivem uma vida decente ao abrigo do regime estão perguntando: o que nos espera agora? Esperamos uma crise terrível, porque cada dia perdemos milhões de dólares. Esta situação tem de acabar, dizem eles, porque senão a nossa vida será completamente destruída".

O missionário descreveu ainda uma polarização entre aqueles que querem um retorno rápido à normalidade e os priorizam continuar o protesto, até a mudança de regime: “Os primeiros afirmam que Mubarak fez uma proposta razoável (governar até as eleições em setembro, para as quais não irá se candidatar); então vamos esperar até setembro, no fundo não é o fim do mundo. Os outros respondem de não porque afirmam que o regime quer assegurar a sucessão, e que esse fato não vai mudar nada. Os manifestantes querem uma mudança radical".

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