Fenômeno migratório

Padre de Moçambique alerta sobre dilemas da migração na África do Sul

País recebe migrantes de diversas partes da África e até da Ásia, de onde chegam sobretudo mulheres vítimas do tráfico humano

Da Redação, com Rádio Vaticano 

O fenômeno migratório tem preocupado não somente países da Europa e Estados Unidos. Milhões de migrantes querem residir legalmente na África do Sul, país que enfrenta a problemática da migração desde os anos 1970.

Na chamada África Austral, região que compreende países como Botsuana, Angola, Moçambique, entre outros, os campos de refugiados começaram na década de 1970 e acolhiam, inicialmente, pessoas da região. Com o passar do tempo, a situação foi se diversificando, passando a contar com a presença também de refugiados de Ruanda, Burundi, Mali, Somália, Etiópia e atualmente inclusive da Ásia, de onde chegam sobretudo mulheres vítimas do tráfico humano. 

“A África do Sul agora está enfrentando vários dilemas de migrantes. Só zimbabueanos, por exemplo, são cerca de 3 milhões, moçambicanos cerca de 1 milhão. Esses à procura, naturalmente, de melhor emprego, melhores condições de vida”, afirma o sacerdote moçambicano Cláudio dos Reis, responsável pelo setor migrações da Imbisa, organismo que reúne os Bispos de nove países da região.

O padre alerta que problemas econômicos e políticos são as principais causas desta migração que tem gerado inclusive atos xenófobos; as pessoas não estão preparadas para aceitar ou receber os migrantes. “As camadas mais pobres e vulneráveis acabam sempre acusando os estrangeiros”, explicou.

O sacerdote destaca que, nesse contexto, a Igreja tem feito o seu papel como pode, até o máximo que lhe é possível. A Igreja está presente e procura dar não só aquela assistência automática do “pão para viver”, mas fornece auxílio espiritual e procura também contato com as autoridades políticas, lembrando-as de seu compromisso com qualquer cidadão e de que as pessoas  têm o direito de residir onde quiserem. Ele ressalta que há condições para isso, ou como exilado, ou como refugiado político ou até como alguém que não quer mais estar no seu país e pode viver onde quiser presumindo que haja condições para isso. 

 

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