Em comunicado

ONU alerta sobre desperdícios no Dia Mundial da Alimentação

As Nações Unidas alertaram nesta quarta-feira, 16, no Dia Mundial da Alimentação, para o desperdício alimentar, uma das principais razões para que 842 milhões de pessoas continuem privadas de quantidades suficientes de alimentos.

No comunicado, a ONU destacou a importância de uma dieta equilibrada para combater o aumento da obesidade e garantir a saúde das populações.

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Para marcar a data, na sede da FAO, em Roma, será oferecido hoje um almoço totalmente feito com produtos destinados ao lixo.

Cerca de um terço dos alimentos produzidos em todo o mundo – ou 1,3 bilhão de toneladas e mais de US$ 750 bilhões – por ano são atualmente desperdiçados, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

"Com um quarto desses números, é possível alimentar 842 milhões de pessoas famintas em todo o mundo", garantiu Robert van Otterdijk, especialista em indústrias agrícolas e responsável pela infraestrutura rural na FAO.

Segundo ele, ao "reduzir à metade esse desperdício, bastaria aumentar a produção alimentar mundial em 32% para conseguir dar comida a 9 bilhões de pessoas, a população mundial prevista em 2050", de acordo com projeções demográficas.

Atualmente, os peritos estimam ser necessário um aumento de 60% da produção para responder às necessidades futuras da humanidade, um patamar insustentável para o planeta, cujos recursos em terra e água não são infinitos.

Para Mathilde Iweins, coordenadora de um relatório sobre os custos ambientais do desperdício, "as superfícies agrícolas utilizadas para a produção de alimentos que não serão utilizados equivalem às do Canadá e da Índia, em conjunto".

Se avaliarmos o desperdício alimentar como um país, seria "o terceiro emissor de gás de efeito estufa, depois da China e dos Estados Unidos", com um consumo de água equivalente a três vezes o Lago Léman (entre a Suíça e França), disse Iweins.

Nos países em desenvolvimento, as reduzidas capacidades de armazenamento e de acesso ao mercado são as principais causas do desperdício. Nas sociedades industrializadas, a responsabilidade é do excesso de normas e regras, devido a preocupações sanitárias ou estéticas.

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