Mianmar

ONU: 2,5 milhões de pessoas teriam sido afetadas pelo ciclone

A Organização das Nações Unidas (ONU) aumentou de 1,5 milhão para 2,5 milhões a estimativa do número de pessoas que podem ter sido afetadas pelo ciclone Nargis em Mianmar. Desde a passagem do fenômeno, há 12 dias, poucos funcionários estrangeiros de organizações de ajuda humanitária receberam a permissão do governo militar para entrar no país. As informações são da BBC Brasil.

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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que lamenta a posição do governo local de impedir a entrada de mantimentos nas áreas atingidas. Ban Ki-moon vai pedir ao subsecretário-geral de Ajuda Humanitária da ONU e coordenador das operações para o país, John Holmes, que vá a Mianmar.

"O que precisamos é de uma resposta mais multilateral, devido ao tamanho da crise, para evitar que outras mortes ocorram, por contaminação de doenças, em pessoas que já estão enfraquecidas devido às condições em que se encontram", disse Holmes.

Ele destacou ainda que muitas outras pessoas vão morrer, caso o governo militar não permita que a ajuda chegue mais rapidamente às regiões afetadas e alertou que, apesar de mais de cem funcionários do setor de ajuda da ONU estarem em Mianmar no momento, eles não receberam permissão para chegar a área mais afetada pelo ciclone, o delta de Irrawaddy.

"Existe uma grande frustração, pois, conseguimos entrar no país e chegar a Yangun, mas, no momento, eles não conseguem chegar às áreas afetadas e realizar as tarefas que geralmente realizam [nestas situações]", afirmou.

Os últimos números oficiais divulgados pelo governo de Mianmar apontam que quase 38,5 mil pessoas morreram e que outras 27,8 estão desaparecidas. Mas a Cruz Vermelha calcula que o número de mortos pode chegar aos 128 mil.

Pressionado pela Grã-Bretanha para convocar uma reunião de emergência, Ban Ki-moon se reuniu ontem (14) para negociações com países doadores e com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês), em Nova York.

"Mesmo com o governo mostrando alguma flexibilidade, ainda é pouco", disse o secretário-geral da ONU.

O líder tailandês, Samak Sundaravej, foi até Yangun para uma reunião com o primeiro-ministro de Mianmar, Thein Sein, mas disse que os militares insistem  em negar ajuda de outras nações.

Moradores do país informaram que cidadãos comuns tentaram distribuir água e suprimentos com seus próprios carros mas os soldados teriam confiscado os mantimentos.

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