Após 30 anos de pesquisa

OMS lança 1º teste em grande escala de vacina contra malária

O primeiro país a receber doses da vacina será o Malaui; logo depois, Gana e Quênia também testarão o medicamento

ANSA

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta terça-feira, 23, que iniciará a implementação da primeira vacina contra a malária, uma das doenças mais letais do mundo que mata uma criança a cada dois minutos. O primeiro país a receber doses da vacina será o Malaui. Logo depois, Gana e Quênia também testarão o medicamento. Esse é considerado, até hoje, a única vacina que tem efeito protetor parcial contra a doença. O lançamento do projeto ocorre no âmbito de um “programa piloto histórico” e, segundo a OMS, a vacina “RTS, S” será disponibilizada para crianças menores de dois anos de idade.

A África é o continente mais afetado pela malária e, a cada ano, mais de 250 mil crianças morrem devido à doença. Já no mundo, a doença mata 435 mil pessoas anualmente, sendo a maioria crianças menores de cinco anos, de acordo com a organização. Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a vacina contra a malária “tem o potencial de salvar a vida de dezenas de milhares de crianças”. “Temos visto ganhos tremendos de mosquiteiros e outras medidas para controlar a malária nos últimos 15 anos, mas o progresso estagnou e até reverteu em algumas áreas”, acrescentou.

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Segundo Ghebreyesus, é preciso novas soluções para recuperar a resposta da malária, e a vacina oferece uma ferramenta promissora. A vacina exigiu 30 anos de pesquisa e foi a única vacina que demonstrou uma redução significativa da malária entre as crianças. Em estudos clínicos, a dose foi capaz de prevenir cerca de quatro casos em 10, incluindo três casos de malária “séria” potencialmente grave.

O projeto piloto de vacinação, coordenado pela Organização Mundial de Saúde, pretende alcançar 360 mil crianças por ano nos três países. A ideia nasceu a partir da colaboração entre os Ministérios da Saúde de Gana, Quênia e Malaui, além de vários parceiros nacionais e internacionais, incluindo a empresa farmacêutica GSK, responsável pelo desenvolvimento e fabricação da vacina e que doou 10 milhões de doses de vacina para esse teste inicial.

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