Enquanto se fala de uma possível visita do Papa à ilha grega de Lesbos, organização revela dados sobre o fluxo migratório na região
Rádio Vaticano
Enquanto se estuda a possibilidade do Papa Francisco visitar a ilha grega de Lesbos, a Organização Internacional para Migrações (OIM) divulgou dados alarmantes sobre o fluxo migratório no Mediterrâneo.
De acordo com a entidade, mais de 172 mil migrantes e refugiados chegaram à Europa pelo mar em 2016, até o primeiro fim de semana de abril. As rotas mais movimentadas são as que ligam a Turquia à Grécia e o norte da África à Itália, mas um pequeno número de migrantes chegou a Chipre e à Espanha.
A agência parceira da ONU calcula que este ano já morreram no mar 714 pessoas – um aumento de cerca de 50% em relação ao mesmo período de 2015, quando 489 migrantes perderam a vida. No ano passado, o número de mortes no Mediterrâneo chegou a 3.770.
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Entre janeiro e março de 2016, os sírios foram os que mais chegaram à Grécia, seguidos de afegãos, iraquianos, paquistaneses e iranianos. Já a Itália, nos primeiros dois meses deste ano, recebeu sobretudo somalianos, seguidos de cidadãos da Gâmbia, Senegal, Mali e Nigéria.
Patriarca Bartomoleu
De acordo com um comunicado divulgado pelo Patriarcado Ecumênico de Constantinopla e pelo Santo Sínodo da Igreja da Grécia, a intenção é reunir líderes religiosos na ilha de Lesbos para sensibilizar a opinião pública internacional sobre o problema dos refugiados e dos cristãos perseguidos e pedir medidas eficazes às instituições competentes.
No comunicado, afirma-se que o Patriarca Bartolomeu expressou várias vezes a sua preocupação pelo fluxo de refugiados e falou a respeito com o Papa Francisco numa carta enviada em 30 de março.
Esta iniciativa dos líderes religiosos – se lê ainda no texto – tem a finalidade de manifestar solidariedade aos milhares de refugiados que sofrem, inspirar ações para a proteção das comunidades cristãs que enfrentam inúmeras dificuldades e encontrar soluções justas para a situação dos refugiados.
Situação explosiva
Segundo o Presidente da Conferência Episcopal da Grécia, Dom Franghiskos Papamanolis, se confirmada, a visita do Pontífice é “altamente significativa”, pois a situação na ilha é “explosiva”.
Isso se deve, segundo ele, a episódios de violência por parte dos migrantes. “Não era assim até poucos dias atrás, mas agora o clima na ilha mudou. Registram-se atos de violência causados também pelas péssimas condições em que são obrigados a viver. Tantos dias no frio e debaixo de chuva os exasperaram”, afirma o Presidente dos Bispos gregos.
Dom Franghiskos acrescenta a entrada em vigor do plano de repatriação.
“Não é fácil nesta situação preparar a visita do Papa, mas esperamos que esta visita contribua para restabelecer a calma e dar esperança a todos”.