O Pontífice disse que procurou falar ao coração de todos os habitantes do Reino Unido sobre "a verdadeira realidade do homem, das suas necessidades mais profundas, do seu destino último. […] Tive em mente todo o Ocidente, dialogando com as razões dessa civilização e comunicando a perene novidade do Evangelho, do qual ela está impregnada. Essa viagem apostólica confirmou em mim uma profunda convicção: as antigas nações da Europa têm uma alma cristã, que constituem um todo com o 'gênio' e a história dos respectivos povos, e a Igreja não cessa de trabalhar para manter continuamente essa tradição espiritual e cultural".
O Papa indicou que em sua visita, como sempre, desejou apoiar em primeiro lugar a Comunidade católica, encorajando-a a trabalhar para defender as imutáveis verdades morais que estão "na base de uma sociedade verdadeiramente humana, justa e livre".
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Após saudar os grupos de fiéis presentes, Bento XVI pediu orações pelos trabalhos da reunião plenária da Comissão Mista Internacional para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja ortodoxa no seu conjunto.
O Santo Padre salientou que a viagem ao Reino Unido "foi um evento histórico, que assinalou uma importante nova fase na longa e complexa história das relações entre aquelas populações e a Santa Sé".
"Nos quatro intensos e belíssimos dias transcorridos naquela nobre terra, tive a grande alegria de falar ao coração dos habitantes do Reino Unido, que também falaram ao meu, especialmente com a sua presença e com o testemunho da sua fé. Pude, de fato, constatar o quanto a herança cristã é ainda forte e ativa em todos os âmbitos da vida social. O coração dos britânicos e a sua existência estão abertos à realidade de Deus e há numerosas expressões de religiosidade que essa minha visita colocou ainda mais em evidência", destacou.
O Santo Padre salientou o encontro com a Rainha Elizabeth II, em Edimburgo – "recordando que a mensagem cristã tornou-se parte integrante da língua, do pensamento e da cultura dos povos daquelas Ilhas" – e a Santa Missa em Glasgow – "recordei a importância da evangelização da cultura, especialmente na nossa época em que um penetrante relativismo ameaça obscurecer a imutável verdade sobre a natureza do homem".
No início da estadia em Londres, "em um autêntico clima de família, falei aos educadores, recordando a importância da fé na formação de cidadãos maduros e responsáveis. Aos numerosos adolescentes e jovens que me acolheram com simpatia e entusiasmo, propus que não perseguissem objetivos limitados, […] mas que apontassem a algo maior, ou seja, a busca da verdadeira felicidade, que se encontra apenas em Deus".
Sobre o encontro com os líderes de outras religiões, o Bispo de Roma disse que relembrou "a inevitável necessidade de um diálogo sincero […]. Ao mesmo tempo, evidenciei a busca pelo sagrado como terreno comum a todas as religiões, sobre o qual reforçar amizade, confiança e colaboração".
O Papa também falou sobre a visita fraterna ao Arcebispo de Canterbury e Primaz da Comunhão Anglicana, Rowan Williams – "foi ocasião para confirmar o compromisso comum de testemunhar a mensagem cristã que liga Católicos e Anglicanos" – e o encontro com expoentes da sociedade britânica na histórica Westminster Hall – "sublinhei que a religião, para os legisladores, não deve representar um problema a se resolver, mas um fator que contribui de modo vital no caminho histórico e debate político da nação".
Finalmente, Bento XVI salientou a celebração ecumênica na Abadia de Westminster – "pela primeira vez um Sucessor de Pedro entrou no lugar de culto símbolo das antiquíssimas raízes cristãs do País".
O Papa salientou a celebração eucarística na Catedral de Westminster, dedicada ao Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor. "Foi um extraordinário momento de fé e de oração. […] Grande é a minha alegria por ter encontrado um grande número de jovens que participam da Santa Missa no exterior da Catedral. Com a sua presença, cheia de entusiasmo e, ao mesmo tempo, atenta e trépida, demonstraram o desejo de serem protagonistas de um novo tempo de corajoso testemunho, de ativa solidariedade, de generoso compromisso a serviço do Evangelho".
Sobre o encontro, na Nunciatura Apostólica, com vítimas de abusos por parte de integrantes do clero e religiosos, Bento XVI disse: "Foi um momento de comoção e de oração". Já a visita à Casa de repouso para idosos "é sinal da grande consideração que a Igreja sempre teve pelo idoso".
Acerca da vigília de oração pela Beatificação do Cardeal Newman, no Hyde Park (Londres), o Santo Padre sintetizou a mensagem espiritual do clérigo inglês como "testemunho de que a via da consciência não é fechamento no próprio 'eu', mas abertura, conversão e obediência Àquele que é caminho, Verdade e Vida".
O Bispo de Roma afirmou que a Santa Missa com a Beatificação do Cardeal Newman, em Cofton Park (Birmingham), "colocou ainda mais em realce […] um sábio homem de Deus, cujo pensamento iluminou muitas consciências e ainda hoje exerce um fascínio extraordinário", desejando que ele inspire as comunidades do Reino Unido, "para que também em nossos dias continuem a produzir frutos abundantes de vida evangélica".
"O encontro com a Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales e com aquela da Escócia concluiu um dia de grande festa e intensa comunhão de corações para a comunidade católica na Grã-Bretanha", finalizou.
Assista à saudação do Papa aos fiéis de língua portuguesa
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