Esperança

Nova Encíclica do Papa será apresentada nesta sexta-feira

A nova encíclica de Bento XVI vai ser revelada amanhã, dia 30 de Novembro, e tem como título "Spe Salvi", apresentando uma reflexão sobre a esperança.

A apresentação da segunda encíclica do atual Papa estárá a cargo dos Cardeais Georges Marie Martin Cottier, pró-teólogo emérito da Casa Pontifícia, e Albert Vanhoye, professor emérito de Novo Testamento do Pontifício Instituto Bíblico.

A conferência de imprensa tem início às 12h00 no horário de Roma. O texto será divulgado em latim, italiano, francês, inglês, espanhol, polaco e português. O Papa parte de uma passagem da Carta de São Paulo aos Romanos, (versículo 24 do capítulo 8), onde se lê que "foi na esperança que fomos salvos".

A assinatura do documento não implica, contudo, que a encíclica possa chegar ao grande público, dado que serão necessárias algumas semanas para que a obra esteja disponível nas livrarias. Admite-se um esforço suplementar do Vaticano para que Spe salvi (salvos pela esperança) esteja à venda antes do Natal.

A encíclica é apresentada ao público no dia em que a Igreja celebra a festa litúrgica de Santo André, irmão de São Pedro, particularmente venerado no Oriente e padroeiro da Rússia, Ucrânia e Roménia. O Papa homenageia, assim, o Cristianismo oriental e o actual mundo ortodoxo. A esperança é uma das três virtudes teologais, juntamente com a fé e a caridade. Esta última foi o tema da primeira encíclica de Bento XVI.

Para o Papa, a esperança, colocada à prova num mundo em constante mutação,  é uma das pedras angulares da vida cristã, ao contrário do que, por exemplo, afirmava Nietzsche, para quem esta era a virtude dos "fracos". Mais uma oportunidade para olhar de frente questões levantas pelo pensamento moderno, num mundo marcado pelo relativismo e o secularismo.

Em entrevista à Rádio Vaticano, o respeitado teólogo Bruno Forte sublinhou a pertinência do tema e lembrou que "para os cristãos a esperança não é algo, não é a projeção de um desejo", "é alguém, alguém que veio, mas é também, inseparavelmente, alguém que virá: é Jesus Cristo". "Essa é a novidade cristã, e nesse sentido o cristianismo é portador de sentido e de esperança de modo único e até mesmo paradoxal", indicou.

Numa "aldeia global" marcada pela "crise dos modelos ideológicos", os cristãos anunciam "Jesus Cristo, a esperança que não decepciona".

A publicação da segunda encíclica do pontificado (295ª da história da Igreja) foi rodeada por várias especulações e esperava-se que o documento trata-se de temas sociais, mas admite-se que essa encíclica possa vir a ser publicada na próxima Primavera.

A palavra “encíclica” vem do grego e significa “circular”, carta que o Papa enviava às Igrejas em comunhão com Roma. A encíclica é, assim, uma carta com âmbito universal, onde o Papa empenha a sua autoridade como sucessor de Pedro e primeiro responsável pela Igreja Católica. Esta forma de magistério nasceu com Bento XIV (1740-1758) e o Papa mais prolífico neste tipo de cartas é Leão XIII, com 86 encíclicas – embora muitos desses textos fossem, nos nossos dias, classificados como Cartas Apostólicas ou Mensagens. João Paulo II escreveu 14 encíclicas.

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