"Infelizmente, de instrumento de agregação social e veículo de verdade, a televisão passou a ser propagadora de um pensamento único, cujo objetivo é a homologação. A dura lei de mercado e a soma de tantos interesses confluem no consumismo e no relativismo." Esta crítica foi feita ontem pelo Cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, durante a homilia proferida em Assis, na missa presidida por ocasião do Dia de Santa Clara, padroeira da televisão.
A missa, celebrada na Basílica da Santa, foi precedida por um congresso, com a participação do presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli.
O cardeal recordou que, "na recente Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, o papa escreveu que a mídia não se deve reduzir a megafone do materialismo econômico e do relativismo ético, mas ser instrumento a serviço de um mundo mais justo e solidário".
Ressaltando que os índices de audiência devem ser conjugados com a qualidade dos programas, o cardeal evoca ainda a Mensagem de Bento XVI, que alerta para o risco de manipulação da realidade e da sujeição da televisão aos interesses dominantes da luta pela audiência.
