Está em andamento em Verona, norte da Itália, a Conferência "Libertemos as mulheres do tráfico", que se conclui amanhã. O evento é promovido pela União Mundial das Organizações Femininas Católicas.
Em palestra, a representante da Caritas Europa, Ir. Maura O’Donohue, denunciou que, no ano passado, no sudeste asiático, o número de pessoas vítimas do tráfico de seres humanos foi maior que em 400 anos de escravidão entre África e América.
Falando sobre a "Doutrina Social da Igreja a serviço da pessoa humana", ela recordou que a Igreja sempre se preocupou em defender a dignidade do homem, denunciando as situações de injustiça e a importância de uma solidariedade em nível mundial.
"O Concílio nos convida a escrutar os sinais dos tempos. Hoje, a grande pobreza difundida no mundo leva muitos pessoas a buscar um vida melhor em outros países. Impulsionadas pela necessidade, são fáceis de manipular e explorar, caindo em armadilhas feitas por pessoas sem escrúpulos. Muitas preferem ter de comer na escravidão a morrer de fome", recordou O’Donohue.
"A nossa tarefa, é olhar para a raiz do problema e para os valores difundidos na nossa sociedade. As relações entre indivíduos, de liberdade ou de escravidão, constituem um desafio para a Igreja, concluiu.
Ir. Eugenia Bonetti, da União das Superioras Maiores da Itália (Usmi), afirma que é sobre a mulher que recai o peso do sustento da família em muitos países do mundo; por isso, "são elas que mais sofrem com a penúria e a seca, com os conflitos armados e com as guerras, com a falta de medicamentos e com a AIDS".
Segundo a ONU, 80% das vítimas do tráfico de seres humanos são mulheres. Um comércio que movimenta 25 bilhões de euros por ano, superado somente pelo tráfico de armas e de droga e do qual nenhum país está imune.