Jozef Tomko

Morre o cardeal mais idoso do colégio cardinalício

Diante de uma lesão na vértebra cervical, faleceu em Roma e seu enterro será realizado após a cerimônia fúnebre em Roma, na Catedral de Santa Elisabeth em Košice

Da Redação com Vatican News

Faleceu aos 98 anos o Cardeal Jozef Tomko / Foto: Arquivo Canção Nova

O Prefeito Emérito da Congregação para a Evangelização dos Povos e do Comitê Pontifício para os Congressos Eucarísticos Internacionais, o Cardeal eslovaco Jozef Tomko faleceu na manhã desta segunda-feira, 8, em Roma. Tinha 98 anos de idade e era o cardeal mais idoso do Colégio Cardinalício.

Após ser internado no Hospital Gemelli, em 25 de junho, devido a uma lesão na vértebra cervical, passou seis semanas no hospital. Desde o sábado, 6, continuava seu tratamento em casa com a assistência de um enfermeiro do Vaticano.

Durante sua estadia no hospital, recebeu a visita do Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin. No dia 30 de abril passado, o Papa Francisco o encontrou na Sala Paulo VI por ocasião do encontro com os participantes da peregrinação eslovaca. Em seu discurso disse: “Saúdo cordialmente o Cardeal Jozef Tomko, cuja presença nos faz sentir que a Igreja é uma família que sabe honrar os idosos como um dom. Mas eu tenho uma dúvida, ele parece mais jovem do que eu!”.

Ao anunciar sua morte, a Conferência Episcopal Eslovaca convidou os fiéis a rezarem pelo cardeal, anunciando que o enterro será realizado após a cerimônia fúnebre em Roma, na Catedral de Santa Elisabeth em Košice.

Após a morte do Cardeal Tomko, o Colégio dos Cardeais fica constituído da seguinte forma: 206 cardeais, dos quais 116 são eleitores e 90 não-eleitores.

Biografia

O cardeal Jozef Tomko nasceu em Udavské, na arquidiocese eslovaca de Košice, em 11 de março de 1924. Estudou na Faculdade de Teologia em Bratislava e, depois de se mudar para Roma, no Pontifício Ateneu Lateranense e na Pontifícia Universidade Gregoriana, obteve diplomas em Teologia, Direito Canônico e Ciências Sociais. Foi ordenado sacerdote em 12 de março de 1949. Durante quinze anos (de 1950 a 1965) foi vice-reitor do Pontifício Colégio Nepomuceno em Roma e do internato adjacente para sacerdotes de vários países, incluindo países de missão e da América Latina.

Em 12 de julho de 1979 foi nomeado secretário-geral do Sínodo dos Bispos e eleito Arcebispo Titular de Doclea. O Papa João Paulo II lhe conferiu a ordenação episcopal no dia 15 de setembro seguinte, festa de Nossa Senhora das Dores, Padroeira da Eslováquia.

Durante seus seis anos como secretário-geral do Sínodo dos Bispos, ele preparou e supervisionou a realização de dois Sínodos Gerais Ordinários (1980 e 1983) e o Sínodo Particular dos Bispos da Holanda (1980). Também empreendeu a preparação do Sínodo Extraordinário convocado para o outono de 1985 por ocasião do 20º aniversário do encerramento do Concílio Vaticano II e do Sínodo Ordinário de 1987 sobre a vocação e missão dos leigos, iniciando, com a publicação dos “Lineamenta”, uma ampla consulta na Igreja.

Sua atividade ao lidar com os problemas religiosos de seus compatriotas eslovacos deu frutos tangíveis. Ele co-fundou uma revista religiosa e o Instituto dos Santos Cirilo e Metódio em Roma. Visitou várias vezes as comunidades eslovacas nos Estados Unidos, Canadá e em vários países europeus. Sua atividade cultural também foi intensa, com inúmeras publicações sobre temas que vão da teologia ao direito, da história à espiritualidade.

Foi enviado várias vezes pela Santa Sé às reuniões de bispos: em 1970 à Conferência Pan-Asiática de Bispos em Manila; em 1973, à Assembleia Plenária dos quatro Episcopados da Oceania em Sydney; em 1979, à Conferência de Puebla; em 1980, às celebrações do 25º aniversário de fundação do CELAM no Rio de Janeiro; em 1981, à reunião do SECAM em Yaoundé.

Estes encontros e as numerosas visitas que ele fez a diferentes países junto com as Assembleias Sinodais lhe permitiram adquirir um profundo conhecimento da realidade de muitas Igrejas particulares, bem como experimentar uma colegialidade efetiva e afetiva. Assim, a Providência o preparou para alargar seu coração à dimensão da Igreja universal e para liderar a Congregação para a Evangelização dos Povos, tarefa que lhe foi confiada por João Paulo II em 24 de abril de 1985, com sua nomeação como pró-prefeito.

Foi criado Cardeal no Consistório de 25 de maio de 1985, com o Título de Santa Sabina. Foi Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos durante dezesseis anos, até 9 de abril de 2001. Ao mesmo tempo, foi Grão Chanceler da Pontifícia Universidade Urbaniana e Delegado Presidente da Assembleia Especial para a Ásia do Sínodo dos Bispos (1998). De 15 de outubro de 2001 a 1 de outubro de 2007, foi Presidente do Comitê Pontifício para os Congressos Eucarísticos Internacionais.

 

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