O secretário do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, fez uma intervenção nesta quarta-feira, 29, para o II Fórum Global sobre Migração e Desenvolvimento em Manila, capital das Filipinas, que será inaugurado pelo secretário geral da ONU Ban ki-moon.
Em sua intervenção, Dom Marchetto recordou que todos os migrantes, prescindindo de seu status, têm o direito de desfrutar dos direitos humanos e lhes deve ser dirigida uma atenção especial para evitar discriminações e proteger os mais vulneráveis, como as mulheres, os menores não acompanhados, os anciãos e os portadores de deficiências.
Dom Marchetto aproveitou a ocasião para repetir que "toda forma de migração temporária e circular nunca deve ser usada como pretexto para evitar o pleno respeito dos direitos dos migrantes e, de maneira específica, de seu direito à reunificação familiar e ao reconhecimento de sua contribuição ao desenvolvimento, seja por meio do trabalho, seja por meio das remessas de dinheiro". E acrescentou: "Qualquer falência neste âmbito indicaria uma falta de políticas de integração e cooperação nos países de acolhimento, como também de políticas de desenvolvimento nacional nos países de origem. Por isso, os governos deveriam continuar a criar as condições para que a migração nunca seja a única opção que resta às pessoas para que encontrem trabalho e conduzam uma vida segura e digna".
Para Dom Marchetto, encontros internacionais como o de Manila são marcados pela palavra "desenvolvimento", mas, por detrás dela, se esconde a pobreza. "Discriminação, violência, restrições da liberdade pessoal e coletiva são todas realidades comuns tanto da migração, quanto da pobreza. As duas caminham juntas", recordou.
"Para não acentuar ainda mais essa situação", afirmou o prelado, "os governos devem evitar políticas migratórias que minam os fundamentos da sociedade, especialmente a família. As famílias devem ser preservadas da desintegração, cujas vítimas principais são as crianças, que muitas vezes crescem sem os pais. A reunificação familiar nos países de acolhimento, portanto, é o melhor modo para promover a integração dos imigrantes e eliminar muitos problemas, em especial os relacionados à segurança e à ordem pública."
Dom Marchetto então concluiu: "Os migrantes não representam somente um problema, mas também um Dom para as sociedades. Eles nos ajudam no nosso trabalho, nos obrigam a abrir a nossa mente, as nossas economias e as nossas políticas e nos estimulam a buscar novos modelos. Somente assim poderemos vencer este desafio e abrir o nosso mundo ao futuro, do qual todos queremos desfrutar"
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