O número de pessoas que precisam de ajuda humanitária na Somália aumentou 17,5% em um ano, passando a 3,76 milhões, revelou um estudo divulgado nesta terça-feira, 25. A cifra representa metade da população do país, situado na região conhecida como o Chifre da África.
O relatório da entidade Análise sobre Nutrição e Segurança Alimentar (FSNAU, na sigla em inglês) diz que três quartos das pessoas necessitadas se concentram nas regiões centro e sul do país, onde os combates entre o governo e os insurgentes são mais pesados e às quais os trabalhadores de entidades assistencialistas têm dificuldade para chegar.
Combinada com a crescente violência, a intensificação da crise humanitária vai alimentar os temores de que o caos na Somália pode se espalhar além de sua fronteira.
Cindy Holleman, conselheira-chefe da FSNAU, disse à Reuters que o crescimento do número de pessoas que precisam de ajuda –eram 3,2 milhões em agosto de 2008– mostra uma grave deterioração na situação de nutrição e segurança alimentar.
"Mais preocupante é que a escalada dos combates e do conflito ocorre nas mesmas áreas onde temos agora os maiores problemas de acesso a alimentos e de subnutrição," disse ela.
"Isso não apenas vai sobrecarregar pessoas que já vivem a crise, mas também tornará difícil fazer com que a ajuda humanitária chegue às populações vulneráveis que mais precisam de ajuda e de intervenções para salvar suas vidas."
A violência matou 18.000 somalis desde o início de 2007 e desalojou mais de 1 milhão de pessoas de suas casas.
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