Alerta

Medidas simples podem ajudar a diminuir poluição, afirma pesquisadora

Utilização de meios de transportes alternativos seria uma forma de diminuir os altos índices de poluição do ar nas áreas urbanas

Thiago Coutinho
Da redação

Poluição atmosférica atinge grandes centros urbanos / Foto: Debi Bishop – Getty Images

Danos ao sistema respiratório, ataque cardíaco e derrames são formas de prejuízo à saúde relacionados à poluição atmosférica. O Papa Francisco, em sua carta encíclica Laudato Sì ― sobre o cuidado da casa comum  expressa preocupação com a degradação ambiental e alerta, em um dos tópicos do documento, sobre as várias formas de poluição que afetam diariamente as pessoas. 

“A exposição aos poluentes atmosféricos produz uma vasta gama de efeitos sobre a saúde, particularmente dos mais pobres, e provocam milhões de mortes prematuras”, pondera Francisco no documento. “Adoecem, por exemplo, por causa da inalação de elevadas quantidades de fumo produzido pelos combustíveis utilizados para cozinhar ou aquecer-se”.

Um relatório recente da Health Effects Institute, uma ONG norte-americana, apontou que 95% da população de todo o planeta está exposta a taxas de poluição superiores às indicadas pelos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com esta pesquisa, a poluição do ar já tirou a vida de 6,1 milhões de pessoas somente em 2016. E este índice é alto por conta de diversos fatores. “O aumento da circulação de veículos, as inúmeras atividades industriais, a crescente ocorrência de queimadas e incêndios florestais, entre outros processos, desencadearam um aumento expressivo nos níveis da poluição atmosférica”, explica a pesquisadora Fernanda Batista, doutora em Meteorologia pelo Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

No Brasil, existem legislações e normas que regulam o nível de poluentes emitidos no ar. Os padrões estaduais de qualidade do ar no estado de São Paulo, por exemplo, são determinados pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), agência que regulariza a qualidade do ar.

Segundo a pesquisadora, medidas descomplicadas poderiam ajudar a diminuir estes índices. “Atualmente, medidas simples poderiam ser aplicadas no dia a dia da população visando diminuir os altos índices de poluição do ar nas áreas urbanas, como por exemplo, a utilização de meios de transportes alternativos como o uso de bicicletas e até mesmo o compartilhamento de caronas”, adverte a pesquisadora.

Tratados firmados entre os países ― como o Protocolo de Kyoto, criado em 1997, cuja meta principal é a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa ― são ferramentas indispensáveis para que a qualidade do ar seja restabelecida.

“Tais acordos globais são fundamentais para estimular os países a reduzirem as suas emissões. A divulgação e discussão deste tipo de acordo são essenciais na sociedade, pois incentivam ações simples como a manutenção dos veículos, por exemplo. Além de proporcionar boas condições ao automóvel, a troca de certos equipamentos e peças podem contribuir para minimizar as emissões de poluentes”, explica Fernanda.

O ponto principal, porém, segundo a pesquisadora, seria o uso menos frequente de combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás natural. “Na matriz energética brasileira, cerca de 40% é proveniente de fontes renováveis. A substituição de combustíveis fósseis por fontes renováveis ainda é motivo de muitas avaliações e pesquisas, uma vez que todas as fontes de energia têm vantagens e desvantagens”, avalia Fernanda.

 

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