Depois de onze dias de estrada e mais de 4.500km percorridos, chegou a Buenos Aires a 4ª Marcha das Crianças do Povo contra a Fome. Organizada pelo Movimento Nacional das Crianças do Povo, um espaço que reúne 400 organizações sociais de toda a Argentina, a marcha passou por seis províncias do país, dezenas de cidades e povoados para denunciar que a fome é um crime contra a infância.
O destino final das crianças é a Praça de Maio, tradicional espaço de manifestação do povo argentino. A concentração das crianças na capital argentina teve início às 11 hs no Parque Rivadavia, elas marcharam pela Av. de Maio e 9 de Julho até chegarem às 15 hs à Praça de Maio.
Para os organizadores da marcha, a fome é um crime que aniquila o prodígio da vida e na Argentina "não faltam riquezas, nem alimentos, nem pratos, nem mães, nem professores; falta, no entanto, vontade política, imaginação institucional, compreensão cultural e desejo de construir uma sociedade de semelhantes, para cantar a infância e beijar a família".
Cerca de 400 marchantes, entre crianças, adolescentes, jovens e adultos, saíram de Porto Iguaçu (Missões) no dia 7 de maio, caminharam por Posadas, Corrientes -Resistência-, Formosa, Reconquista, Santa Fé, Rosário, Zárate -Campana, José C. Paz, até chegarem a Buenos Aires. Durante o percurso, a marcha mobilizou os moradores das cidades que visitou em torno do lema: "A fome é um crime".
Na cidade de Rosário, os marchantes fizeram uma parada para realizar uma manifestação pública, na qual marcharam da Praça General San Martín até Monumento Nacional à Bandeira. Em Santa Fé, a manifestação saiu do Parque Alberdi e caminhou até a Casa de Governo.
Segundo o coordenador nacional do Movimento Nacional das Crianças do Povo, Alberto Morlachetti, o objetivo da marcha é "tratar de que os coletivos sociais construam um 'Não'. Desobediência frente à fome, o horror. Semear uma nova utopia da vida".