Japão

Lideranças dão início a reunião do G8

Líderes mundiais deram início ao segundo dia da cúpula do G8 preocupados com a disparada do preço dos alimentos e do petróleo e profundamente divididos a respeito de como enfrentar o aquecimento global.

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Autoridades importantes dos países ricos que formam o G8 reuniram-se tarde da noite, no Japão, para elaborar um comunicado capaz de permitir ao presidente dos EUA, George W. Bush, na terça-feira, afastar desconfianças e ditar os rumos para a meta mundial de reduzir as emissões de gases até a metade do século.

Bush encontra-se sob forte pressão da Europa e do Japão, mas diz que rejeitará a fixação de objetivos específicos se os países mais poluentes do planeta, entre os quais a China e a Índia, não aceitarem metas compulsórias sobre a emissão de carbono.

Um comunicado capaz de salvar a pele dos envolvidos e que vá para além do compromisso assumido pelo G8 na cúpula da Alemanha, realizada no ano passado, é especialmente importante para o primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda, que fez das mudanças climáticas a peça central das negociações deste ano. Naquela cúpula, os países do G8 aceitaram "estudar com seriedade" a hipótese de, até 2050, reduzir as emissões em 50 por cento.

"Esse é de fato o ponto central. Acho que o primeiro-ministro acredita que, nesta cúpula, de alguma forma, conseguirá convencer o presidente Bush a aceitar algum tipo de fórmula consensual", afirmou o gabinete de Kazuo Kodama, ministro das Relações Exteriores do Japão.

Aquecimento Global

O aquecimento global relaciona-se com outros temas importantes debatidos no encontro de três dias, realizado em hotel das colinas da ilha japonesa de Hokkaido, onde 21 mil policiais foram mobilizados para proteger os líderes presentes ali.

Ban Ki-moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que participou das negociações de segunda-feira, disse que os esforços para atingir as Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDGs), fixadas pela Assembléia Geral da ONU com o objetivo de reduzir até 2015 a pobreza no mundo, estavam sendo prejudicadas pelo aquecimento global.

Ban conclamou o G8 a enviar um sinal político indubitável ao fixar a meta de reduzir pela metade as emissões de gases do efeito estufa até 2050, meta essa que teria de contar com alvos de médio prazo capazes de colocar em andamento forças do mercado de forma a reduzir o consumo de energia.

"Tendemos a pensar nas mudanças climáticas como algo do futuro. Elas não são. Vemos hoje, em especial na África, que a seca e a alteração dos padrões climáticos estão ampliando os desafios que nos deparamos quando se trata de atingir as MDGs", afirmou o secretário-geral.

Em um documento a ser divulgado na terça-feira, o G8 deve estipular sua posição a respeito das mudanças climáticas, da ajuda a ser enviada à África, da alta do preço dos alimentos e da economia global.

Citando um esboço daquele comunicado final, o jornal japonês Yomiuri disse que os líderes devem dar destaque aos riscos de recessão na economia mundial e descrever como uma "séria ameaça" a elevação dos preços do petróleo e dos alimentos.

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