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Conflitos no Oriente Médio

Líder líbio reforça segurança e pressão internacional aumenta

O líder líbio, Muammar Gaddafi, mobilizou forças de segurança para a fronteira oeste nesta terça-feira, 1º, contrapondo-se à pressão econômica e militar do Ocidente.

Aumenta a suspeita de que Gaddafi, que está no poder há quatro décadas, não vá ceder ao grande número de forças agora unidas contra ele.

"Todo o meu povo me ama. Eles morreriam para me proteger", disse Gaddafi em entrevista na segunda-feira, 28, à rede norte-americana ABC e à britânica BBC, minimizando a extensão da revolta contra seu governo e o fato de ele ter perdido o controle do leste da Líbia.
Pouco menos de 12 horas depois de os EUA anunciarem o envio de navios de guerra e forças aéreas para perto da fronteira da Líbia, as forças de Gaddafi reforçaram sua presença na remota localidade de Dehiba, na fronteira com a Tunísia.

Na região de Trípoli, havia filas nas padarias na manhã desta terça-feira. Moradores disseram que vários estabelecimentos estavam limitando a venda de pães, o que obrigava a população a passar por várias padarias para se abastecer.

"A situação está nervosa", disse o médico Salah, numa padaria onde cerca de 15 pessoas faziam fila no lado de fora. "Claro que estou preocupado. Tenho 35 anos e é a primeira vez que vejo algo assim na Líbia", afirmou.

Na segunda-feira, os EUA começaram a mobilizar navios e aviões para mais perto da Líbia, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que seu governo deseja impor uma zona de exclusão aérea, a fim de proteger o povo líbio.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, pediu que as potências mundiais implementem a resolução do Conselho de Segurança da ONU contra a Líbia, adotada no sábado. O texto prevê o congelamento dos bens de Gaddafi, proibições de viagens e a possibilidade de indiciamento de membros do regime pelo Tribunal Penal Internacional.

Dando um tom de cautela ao pensamento militar ocidental, a França disse que a ajuda humanitária deve ser prioridade na Líbia, em vez da ação militar para depor Gaddafi.

O governo francês enviou dois aviões com suprimentos e profissionais médicos a Benghazi, segunda maior cidade líbia, agora controlada pelos rebeldes. Mais voos desse tipo devem se seguir, segundo o porta-voz governamental francês, François Baroin.

Gaddfi

Após duas semanas de rebelião, Trípoli, com 1,5 milhão de habitantes, é o último bastião do poder de Gaddafi. Vários líderes tribais, autoridades do regime e chefes militares já passaram para o lado dos rebeldes, levando consigo enormes extensões do país, que tem 6 milhões de habitantes. A maior parte dos recursos petrolíferos líbios já está nas mãos da oposição.

Alguns analistas avaliam que, diante da grande pressão internacional, Gaddafi não irá realizar uma ofensiva militar de grande escala para tentar recapturar territórios. As ameaças feitas por ele nos últimos dias estariam, segundo esses analistas, no campo da "manobra política".
"Gaddafi está acabado se fizer (um ataque militar), e está acabado se não fizer. Em ambos os casos, ele está muito vulnerável. Ele está perdendo pedaços da Líbia muito rapidamente. Não tem influência senão em Trípoli, e mesmo lá há áreas muito pequenas sob seu controle", disse o ativista e editor líbio Ashour Shamis, que vive no Reino Unido.

Em outra má notícia para Gaddafi, a estatal petrolífera NOC disse que a produção de petróleo da Líbia caiu pela metade por causa da fuga de trabalhadores do setor, embora as instalações não tenham sido danificadas.

Observadores regionais preveem que os rebeldes acabarão por conquistar Trípoli, e que irão matar ou prender Gaddafi.
Mas, na entrevista concedida em um restaurante na orla de Trípoli, o ditador, de 68 anos, parecia relaxado e chegou a rir ao minimizar a rebelião.
Ele negou que tenha ordenado bombardeios aéreos contra os manifestantes, mas admitiu que aviões atacaram quartéis e paióis de munição. Negou também que tenha havido protestos contra o regime, e disse que alguns jovens saíram às ruas depois de serem drogados pela al Qaeda. Acrescentou que as forças do governo tinham ordens de não atirar.

Alguns veem as muitas aparições de Gaddafi na mídia como uma astuta tentativa de usar os canais ocidentais para lembrar à audiência global que ele continua no comando, afastando assim a ideia de que sua autoridade estaria se esvaindo.

"Há uma batalha pela narrativa", disse o analista Shashank Joshi, do Real Instituto de Serviços Unidos da Grã-Bretanha.

Em nota, um grupo de oposicionistas da Líbia pediu às operadoras internacionais de TV por satélite que cortem o serviço que tem permitido à TV estatal líbia transmitir os discursos de Gaddafi para o mundo todo. "Gaddafi, seus filhos e asseclas têm ordenado diretamente assassinatos pelos canais líbios de TV", disseram.

A embaixadora dos EUA junto à ONU, Susan Rice, qualificou de "delirantes" as declarações de Gaddafi à ABC e BBC.

Caos na fronteira com a Tunísia

A passagem para a Tunísia no posto fronteiriço de Ras Jdir está aberta, recebendo principalmente estrangeiros que trabalham na Tunísia. Mas os guardas não dão conta do afluxo de pessoas, o que provoca tumultos no local.

A Acnur, agência da ONU para refugiados, ampliou durante a noite desta segunda-feira, um acampamento junto à fronteira, montando barracas com capacidade para acomodar até 10 mil pessoas.

A organização se prepara para montar mais tendas, de modo que o acampamento possa receber até 20 mil refugiados.
"Água e saneamento são grandes questões, banheiros são a nossa próxima dor de cabeça", afirmou Hovig Etyemezian, funcionário do Acnur no acampamento.

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