No relatório deste ano foram apontados 18 países que ameaçam a liberdade religiosa, quatro a mais do que em 2016
Da redação, com Agência Ecclesia
Um novo relatório da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), sobre a liberdade religiosa no mundo, foi divulgado nesta quinta-feira, 22. Informações do relatório, que levou em conta a situação da liberdade religiosa em 196 países, denunciam um aumento das violações ao direito religioso e uma deterioração da situação das minorias religiosas.
O estudo foi realizado com base nos testemunhos de representantes da Igreja local, documentos oficiais, artigos de agências de notícias e outros meios especializados em assuntos religiosos, bem como nas informações fornecidas por organizações de direitos humanos. A introdução ao estudo é assinada pelo cardeal Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de Bangui, República Centro-Africana.
O documento, relativo a junho de 2016 a junho de 2018, fala em violações significativas das liberdades num conjunto de países. A China e a Índia, foram apresentadas como nações onde existem abusos sistemáticos quanto à prática de culto. “Isto traduz-se, na prática, na degradação das condições de vida, por vezes até ao intolerável, para as populações que pertencem a minorias religiosas”, assinala o relatório.
Segundo a AIS, o estudo ilustra bem como o fanatismo, o nacionalismo agressivo e o hiper-extremismo podem condicionar a vida das minorias religiosas, tornando-as reféns de uma violência inaceitável. No relatório, foi registrado um aumento de casos de abuso sexual contra mulheres, por grupos e militantes extremistas na África e no Médio Oriente, assim como em parte do subcontinente indiano; da mesma forma, há sinais do aumento de islamofobia no Ocidente e de casos de antissemitismo.
O agravamento da intolerância para com as minorias religiosas colocou, pela primeira vez, dois países – Rússia e Quirguistão – na categoria ‘Discriminação’. O relatório mostra mais países com violações significativas da liberdade religiosa que apresentam sinais de degradação das condições para as minorias religiosas. No relatório foram apontados 18 países que ameaçam a liberdade religiosa, quatro a mais do que em 2016.
A Coreia do Norte foi considerada a pior nação do mundo para a liberdade religiosa, recusando sistemáticamente o preceito da liberdade religiosa. Acredita-se que neste país, 25% dos cristãos estejam em campos de detenção. Outra questão apresentada é a propagação de movimentos islamitas militantes em regiões de África, do Médio Oriente e da Ásia.