Líbia

Kadhafi nega cessar fogo; treze pessoas morrem em ataque da Otan

Pelo menos nove combatentes rebeldes e quatro civis morreram na noite de sexta-feira, 1º, na sequência de um ataque aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) perto da zona petrolífera de Brega, no Leste na Líbia.

Segundo um responsável político da cidade de Ajdabiya, citado por agências internacionais, um avião da coalizão abriu fogo cerca de 15 quilômetros a leste de Brega, contra uma coluna de cinco ou seis veículos, entre os quais uma ambulância.

O ataque acidental ocorreu depois de um rebelde, das forças que combatem o líder líbio Muammar Khadafi e que têm o apoio internacional, ter dado tiros para o ar, em sinal de alegria.

Os disparos feitos pelo avião causaram a morte de nove rebeldes armados e quatro ocupantes da ambulância – o condutor e três estudantes de medicina –, precisou a fonte. "Estou 100% certo que se tratou de um erro", afirmou o médico do hospital de Ajdabiya, Mohamad Ahmad.

Entretanto, um porta-voz dos rebeldes disse aos jornalistas em Benghazi não ter “qualquer confirmação” sobre a origem dos disparos. Mas reconheceu que “os danos colaterais são uma realidade”, pois trata-se de “uma guerra”.

A Otan referiu em comunicado que está recolhendo informações para investigar as circunstâncias do ataque acidental.

Kadhafi

Também na sexta, o regime do presidente Muammar Kadhafi recusou as condições apresentadas pelos rebeldes para um cessar-fogo e assegurou que manterá as tropas militares nas cidades que estão sob domínio do governo.

Os rebeldes líbios admitiram a possibilidade de um cessar-fogo com o governo desde que as forças leais a Kadhafi sejam retiradas de algumas cidades.

"Não nos peça para deixar a nossa cidade. Se isso não é loucura, eu me pergunto: o que mais pode ser?", disse o porta-voz do governo em Trípoli, Mussa Ibrahim. Ele também acusou a coligação internacional que conduz as ações de intervenção na Líbia de praticar crimes contra a humanidade, após as denúncias de que civis foram atingidos nos bombardeios em Trípoli.

A situação na Líbia é crítica. Desde fevereiro, rebeldes tentam pôr fim aos mais de 40 anos de Khadafi no poder. A retaliação do líder líbio foi violenta e levou a ONU a aprovar a criação de uma zona de exclusão aérea para proteger a população civil.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumiu, no último dia 30, o comando das operações militares internacionais na Líbia. As forças de coalizão – sob o comando dos Estados Unidos, da França e Grã-Bretanha – comandam os ataques na região desde o último dia 19 sob a alegação de que é necessário impor uma zona de exclusão aérea na região.

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