A terceira maior operadora de energia do Japão concordou nesta segunda-feira, 9, em fechar uma usina nuclear até que ela possa ser melhor protegida contra grandes tsunamis, como o de 11 de março, que causou a pior crise atômica global em 25 anos.
Aumentando os temores públicos sobre uma indústria que gera cerca de 30% da eletricidade do país, propenso a sofrer terremotos, outra operadora de usina nuclear, a Japan Atomic Power, afirmou que estancou um pequeno vazamento de radiação na usina de Tsuruga, na costa oeste, o primeiro desde o início das operações, em 1987.
A operadora disse que o vazamento não causou danos ao meio ambiente.
A medida de fechar a usina Hamaoka, operada pela Chubu Electric Power Co's, localizada 200 quilômetros a sudoeste de Tóquio e considerada uma das mais perigosas do país, ocorre após um inesperado apelo público do primeiro-ministro, Naoto Kan.
O pedido para o fechamento aponta para uma potencial mudança na política energética após a usina de Fukushima Daichi, no nordeste do país, ter sido danificada por um tsunami gigante causado por um dos maiores terremotos já registrados, ambos ocorridos em 11 de março.
A empresa afirmou que pode recolocar a usina em funcionamento assim que um muro contra tsunami e outras medidas de segurança sejam aprovadas pelas autoridades.
Isso pode levar dois anos, aumentando o risco de falta de eletricidade, o que já era uma ameaça após o fechamento da usina de Fukushima.
"Interrompendo os trabalhos na usina nuclear de Hamaoka, estamos causando um grande problema a curto prazo não apenas para aqueles na região da usina, mas também a muitos outros, incluindo nossos clientes e acionistas", afirmou o presidente da Chubu Electric, Akihisa Mizuno, em coletiva de imprensa.