Missionária da Consolata e presidente da Associação “Slaves no more”, Irmã Eugenia Bonetti conta como recebeu o pedido para realizar os textos para a Sexta-Feira Santa no Coliseu
Da redação, com Vatican News
As meditações da Via-Sacra no Coliseu deste ano serão dedicadas ao sofrimento das vítimas do tráfico de seres humanos. Os textos da oração foram confiados à Irmã Eugenia Bonetti, missionária da Consolata e presidente da Associação “Slaves no more”, que comentou a escolha:
“Depois de um momento inicial de ‘constrangimento’, percebi que poderia ser ‘uma grande oportunidade’, não para mim, mas para as muitas pessoas que em tantos anos conhecemos, ajudamos, e estamos ajudando, pessoas com as quais partilhamos um ‘calvário’. Será uma oportunidade para trazer à tona o problema do tráfico, para fazer compreender quanta dor causamos pela nossa indiferença: nada mais nos toca’, não conseguimos mais ver as pessoas atrás dos problemas”.
Cristo continua a sofrer nas nossas ruas
Irmã Eugenia Bonetti viveu 24 anos na África, mas reconhece que a “missão mais dura, mais humilhante e mais ardente” ela viveu em seu país, a Itália, que se define “um país cristão, católico”, mas tem grandes “carências humanas” e busca o “bem-estar e carreira” sem perceber que estas coisas “esvaziam o coração”. “Um coração”, afirma ela, “deveria estar cheio de misericórdia”, deveria ser “capaz de ver o sofrimento dos outros”, não de causar mais sofrimentos. “Cristo sofre ainda hoje”, continua a missionária da Consolata, “nas ruas das nossas cidades”: “Ele morreu por nós, mas para nos dar o dom da Ressurreição”.
Nas meditações da Via-Sacra, irmã Eugênia Bonetti colocará os sonhos não realizados daqueles que deixaram seus país em busca de uma vida melhor, para ajudar a família e, ao invés disso, encontraram criminosos que os exploram. “A cruz deles é pesada”, conclui, “queremos unir-nos a eles para os apoiar, mas sobretudo, para quebrar os elos desta cadeia de exploração”.