Exército iraquiano faz ofensiva para recuperar Tikrit, cidade que está sob o comando dos jihadistas há nove meses
Da Redação, com Rádio Vaticano
O exército iraquiano iniciou uma ofensiva nesta segunda-feira, 2, para retomar Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein. Localizado ao norte de Bagdá, esse é um dos mais importantes redutos do autoproclamado Estado Islâmico, que tomou a cidade há nove meses.
A iniciativa conta com o apoio de milícias xiitas e sunitas, além de alocar mais de 30 mil soldados, artilharia pesada e aérea para libertar Tikrit. Para o êxito da operação, é crucial o controle da principal via de ligação que conduz à cidade.
O exército iraquiano está avançando também por vias laterais para impedir a fuga de jihadistas do Estado Islâmico. A ofensiva foi anunciada na noite de domingo, 1, pelo primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, que orientou os envolvidos na ação a garantirem a segurança da população da região de Tikrit.
“Seguramente, é a primeira vez que o Iraque toma a iniciativa em suas próprias mãos com uma grande ofensiva para reconquistar as cidades perdidas em junho do ano passado, em particular Tikrit e, aparentemente, a partir dos planos, Mossul. Os resultados dependerão muito da capacidade que desdobram no terreno, as forças recicladas do exército iraquiano que estavam praticamente desaparecidas no momento que houve o ataque do Estado Islâmico”, comenta o professor Arduino Paciccia, docente de Estudos Estratégicos da Universidade de Trieste, na Itália.
A conquista de Trikit aconteceu, em parte, porque o Estado Islâmico tinha também a simpatia de grande parte da população sunita. Agora, o equilíbrio mudou, comenta o professor, destacando que o apoio da população é fundamental, pois pouco se consegue se a população permanece ligada ao Estado Islâmico.
“Neste caso, a ofensiva, em vez disso, provavelmente terá sucesso, porque aquilo que o Estado Islâmico conseguiu fazer nesses meses foi terrível e atingiu também os sunitas ex-pertencentes ao exército de Saddam, as tribos sunitas que nestes anos digeriram mal a incapacidade do governo iraquiano de andar rumo a um federalismo, de trazer de volta o bem comum. Em todo o caso, tudo isso é nada em confronto com o que os espera quando caem sob comando do Estado Islâmico”.