Segundo o arcebispo, os cristãos retornarão de tempos em tempos para verificar suas casas e tentar reconstruir a vida
Da redação, com ACN
A cidade de Mossul passou por um processo de libertação no início de julho. Oprimeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi, proclamou no domingo, 9, a vitória de seu exército, após uma batalha de quase nove meses contra os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI)
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Mossul é a segunda maior cidade do Iraque e último grande reduto urbano que ainda era controlado pelos extremistas islâmicos.
Entretanto, segundo Dom Petros Mouche, arcebispo católico siríaco da segunda maior cidade do Iraque, ainda é muito cedo para que os cristãos retornem à cidade, e enfatizou a importância de aprender com os acontecimentos passados e da reestruturação da paz.
“[A liberação] foi como um sinal de esperança para nós cristãos. Para nós, cristãos católicos siríacos no Iraque, a liberação é, naturalmente, uma causa de grande alegria porque a maioria das pessoas da minha diocese estava instalada nos arredores de Mossul e em Qaraqosh. Hoje, Mossul está completamente destruída. Oficialmente, todas as partes da cidade foram liberadas”, disse.
Segundo o arcebispo, os cristãos retornarão de tempos em tempos para verificar suas casas, mas atualmente não há condições para ficar permanentemente em Mossul. Por outro lado, já se pode retornar à Planície de Nínive como algumas famílias já o fizeram. “Alguns até já conseguiram trabalho, outros estabeleceram algum comércio: restaurantes, lojas e outros. É preciso muita coragem para começar do zero!”, afirmou.
Sobre como lidar ao autodenominado Estado Islâmico, Dom Petros destacou que esta é a “grande dificuldade”, no sentido, de “realmente mudar de mentalidade”. “Diante destas ideologias excêntricas, tem de se entender que a guerra não é a solução. É preciso saber conviver. Sempre convivemos juntos e, no passado, não tínhamos dificuldades… Esses acontecimentos (como a liberação da cidade) fazem com que tenhamos esperança de um recomeço de vida e de que as pessoas aprendam a novamente conviver. Todos estão fartos de guerras… Tem havido guerras no Iraque desde 1958. Temos que aprender a viver em paz”.