O conflito entre Israel e Irã chega ao 11º dia com novos ataques. O exército israelense bombardeou instalações militares, aeroportos e centros ligados ao regime iraniano. Entre os alvos, novamente a usina nuclear de Fordow.
Reportagem de Aline Campelo e Ersomar Ribeiro
A mudança de regime com uma possível derrubada do governo do Irã tem sido a questão central no ataque iniciado por Israel com o apoio dos EUA.
O professor visitante universitário de Relações Exteriores da China, Marcus Freitas explicou. “Com a ascensão deste grupo religioso que criou no Irã uma teocracia com a figura do Ayato lá em cima, das instituições, esse regime sempre foi muito contrário a Israel”.
Uma questão histórica no Irã. “As sanções econômicas criaram uma instabilidade e uma ojeriza ainda maior ao Ocidente, particularmente aos Estados Unidos e obviamente ao estado de Israel que é a presença marcante dos Estados Unidos na região”, retomou Marcus.
A teocracia islâmica xiita representada pelo clérigo iraniano se opõe ao estado de Israel na Palestina e financia grupos terroristas.
O governo brasileiro demonstrou preocupação com a ação dos Estados Unidos contra instalações nucleares no Irã. Em nota, o Itamaraty alertou para o risco de consequências graves para a paz e a estabilidade, tanto na região quanto no mundo. O Brasil pediu que todas as partes envolvidas no conflito evitem novos confrontos e reforçou a importância de uma solução diplomática para pôr fim à violência e possibilitar negociações de paz.
O analista de Relações Internacionais e cientista político Gabriel Izídio Rufino, apontou a situação. “Em qualquer posição dentro do campo político ou dentro do campo opinativo, digamos assim, ele precisa de um pouco mais de informações”.
Líderes globais acompanham os ataques mútuos entre Irã e Israel. Hoje, a Rússia disse estar pronta para ajudar os iranianos.
“Ainda é uma guerra regionalizada. A sua internacionalização é um pouco mais complexa do que esses ataques, porém há uma probabilidade sim de se escalar e se internacionalizar”, completou o analista.
Após a entrada dos Estados Unidos na guerra entre Israel e Irã e o ataque às três instalações nucleares no país persa, aumenta a tensão no Oriente Médio, mas os desfechos ainda são imprevisíveis. A iraniana Mahsima Nadim lamenta a ostensiva e teme pelo seu povo.
“Não merecemos viver sobre tirania. Aliás, nenhum povo no mundo merece tamanha injustiça, nem no Irã, nem em qualquer outro país”, concluiu a iraniana.