A cidade italiana de Palermo, capital da Sicília, acolhe nesta sexta-feira, 30, e sábado, 31, uma sessão do “Pátio dos Gentios” – iniciativa organizada pelo Conselho Pontifico da Cultura, tendo neste caso como pano de fundo a influência da Máfia e a pluralidade de culturas, como indica o tema escolhido – “Cultura da legalidade e sociedade multirreligiosa”.
O primeiro momento, na manhã de hoje, aconteceu na Catedral de Monreale com uma conferência do presidente do Conselho Pontifício da Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, que destacou a importância do espírito de abertura e diálogo, que caracteriza o “Átrio dos Gentios”, para favorecer o nascimento de uma sociedade diferente na região.
Começa-se a assistir em Palermo à atuação de muitas instituições, que demonstram aos jovens a pertinência da mensagem religiosa, sobretudo porque apela à consciência de cada um”, aponta.
Palermo é uma “cidade – símbolo da luta contra a Máfia”: nela foi assinada, em dezembro de 2000, a Convenção das Nações Unidas contra a criminalidade organizada internacional. Com esta sessão do “Pátio dos Gentios", procura-se relançar na ilha mediterrânica dois valores fundamentais: a Justiça, na união entre moralidade e legalidade, e a tradição multirreligiosa e multicultural que distinguiu a região italiana.
Bento XVI visitou a Sicília, em outubro de 2010, tendo deixado palavras e gestos simbólicos contra a Máfia, que qualificou como “um caminho de morte, incompatível com o Evangelho”.
Antes do regresso a Roma, no caminho para o aeroporto, Bento XVI quis que o cortejo parasse em Capaci, no local onde aconteceu o atentado contra o juiz Giovanni Falcone, depositando ali uma coroa de flores e rezando em silêncio, em memória de todas as vítimas de organizações mafiosas e da criminalidade organizada.