Viagem da Esperança

Imigrantes clandestinos arricam a vida em busca de um futuro melhor

A cada dia, o fenômeno da imigração clandestina cresce na Europa; um fator preocupante para Itália, já que todos os dias dezenas de refugiados desembarcam no país. Some-se a tudo isso o grande número de imigrantes que perdem a vida tentando atravessar o mediterrâneo até chegar à Europa. Na busca por uma vida melhor, somente este ano, 359 pessoas perderam a vida.

É conhecida como "a Viagem da Esperança", pois apesar de enfrentar o gélido mar mediterrâneo, o que se deixa para traz é bem mais assustador: Miséria, guerras civis, exploração sexual, perseguição religiosa e o desepero de ver a própria família sem futuro.

Estes são alguns dos motivos que têm feito crescer nos últimos anos a Imigração Clandestina através do Mar Mediterrâneo. Um fenômeno que atinge principalmente a Itália, pois esta às portas do Mediterrâneo. Neste período de verão chegam da Africa duas embarcações por dia, com cerca de 30 pessoas. A maioria delas é interceptada antes mesmo de chegar a terra firme, e algumas destas embarcações, que geralmente estão em péssimas condições naufragam no meio do mar. Somente neste ano o número de mortos é 359. Desde 1988 aos nossos dias o número de vítimas chega a 10 mil informa o jornalista italiano Gabriele Del Grande, especialista em imigração.

Mas a sorte daqueles que conseguem chegar à Itália não é diferente, pois são levados aos Centros de Acolhimento, como o da Ilha italiana de Lampedusa. Ali vivem em verdadeiro regime de prisão, pois com uma capacidade para 180 pessoas chegam a abrigar 600 imigrantes, afirma Irmã Ires, da Congregação da Irmãs de São Carlos Borromeo que trabalha diretamente com a questão imigratória.

A religiosa afirma que eles sofrem maus tratos, passam fome e as mulheres são violentadas. " É um verdadeiro pesadelo", define Irmã Ires.

Após permanecerem algum tempo nestes centros e serem identificados o 2ª passo é a repatriação. Um outro pesadelo para os "fugitivos" pois retornar aos país de origem significa, ou morrer de fome ou morrer na guerra. Muitos tentam ainda fugir para não voltar.

Apesar destes Imigrantes entrarem através da Itália, o fenômeno atinge toda a Europa, pois aqueles que conseguem permanecer no Continente migram também para outros países. "É um problema a ser resolvido pela União Européia" alerta Irmã Ires.

Tanto a Itália, quanto a União Européia possuem projetos para "tentar" sanar a chaga da imigração clandestina. Projetos, cujos resultados se demonstram insuficientes, declara Gabriele Del Grande.

A Itália fez um acordo com os países de maior partida, como a Líbia, Marrocos e Tunísia. O acordo prevê um rigoroso controle dos dois lados do Mediterrâneo. Mas do número de embarcações que partem todos os dias se constata a insuficiência desta segurança.

Existe também por parte da União Européia um projeto de auxílio aos imigrantes que aceitam voltar ao país de origem. Eles recebem um finaciamento para recomeçar a vida, e isso geralmente na agricultura. Mas como define ainda a religiosa brasileira: "São números inexpressivos".

O problema é complexo, diversos fatores estão envolvidos, mas para começar, poderíamos atender o apelo tantas vezes feito por Bento XVI: "Que o ocidente não se esqueça da Africa". Um apelo lançado à Comunidade Internacional, um apelo lançado" aos homens de boa vontade".

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