Francisco recebeu bispos da Suíça em visita ad limina; ele voltou a defender que a Igreja não pode ser somente uma ONG
Da Redação, com Rádio Vaticano
Que a Igreja na Suíça seja sinal visível do Corpo de Cristo e de seu povo e não somente uma bela organização, uma ONG. Essas foram palavras do Papa Francisco no discurso entregue aos bispos do país recebidos em visita ad Limina nesta segunda-feira, 1º.
Francisco recordou a coexistência cultural e religiosa que marca a Suíça, sede de instituições internacionais importantes para a paz, o trabalho, a ciência e o ecumenismo. Embora muitos habitantes mantenham-se afastados da fé, a maioria reconhece o papel positivo dos católicos e protestantes no âmbito social.
O país também tem belas igrejas e mosteiros, como a Abadia de São Maurício, mas sem uma fé viva em Cristo ressuscitado, pouco a pouco elas se tornarão um museu, disse o Papa. “Todas as louváveis obras e instituições perderão o seu espírito, deixando somente ambientes vazios e pessoas abandonadas”.
Francisco destacou que os bispos têm como missão apascentar o rebanho, caminhando segundo as circunstâncias adiante, no centro e atrás, porque o povo de Deus não pode subsistir sem os seus pastores, bispos e padres. Ele encorajou os bispos suíços a dar uma resposta clara e comum aos problemas da sociedade em um momento em que muitos, mesmo na Igreja, são tentados a se afastar da real dimensão do Evangelho.
“Cabe a nós, portanto, apresentar esta mensagem completa e torná-la acessível a todos, sem obscurecer a beleza do Evangelho, também àqueles que encontram dificuldades na vida cotidiana ou buscam um sentido à própria existência ou se afastaram da Igreja”.
O Santo Padre enfatizou ainda que o testemunho dos cristãos e das paróquias pode iluminar o caminho dessas pessoas que se deixam seduzir por formas de pensar que negam a dimensão transcendente do homem. “Deste modo, a Igreja Suíça pode ser ela própria e não somente uma bela organização, uma outra ONG”.