No início de agosto, as instituições educacionais dos EUA se preparam para o lançamento de um novo ano acadêmico. Nesse período, milhões de crianças vinculadas aos organismos católicos participam de programas educativos para ambientes seguros, que ensinam as habilidades necessárias para que possam se autoproteger de possíveis abusadores.
A lista contém nove itens e foi publicada pelo Departamento de Relações com a Mídia da mesma Conferência, com base nas sugestões da diretora associada do Secretariado para a Proteção de Crianças e Jovens da USCCB, Mary Jane Doerr.
Confira a lista
1 – O abuso nunca é culpa da criança. Esse é um ponto que deve ser salientado reiteradas vezes para os pequenos. Os abusadores tratam, por todos os meios, de fazer com que as crianças sintam-se cúmplices no abuso ou culpadas por tal fato. Nos programas, as crianças aprendem que tal pensamento não é correto em nenhum caso. A culpa sempre é do adulto, que se aproveita da confiança e vulnerabilidade de uma criança;
2 – Deus ama sempre as crianças e deseja que vivam vidas felizes e santas. Se uma criança foi abusada, aprende que, de qualquer maneira, ele ou ela é inocente e que Deus e suas famílias a ama. A vergonha do abuso sexual de menores deve cair sobre quem pertence: o abusador;
3 – Um abuso cometido deve ser denunciado. As crianças aprendem a denunciá-lo a seu papai ou mamãe, ou a outro adulto em quem confiam, se alguém lhes estiver cometendo dano e a continuar falando sobre isso até que acreditem nela. Um estudo mostra que as crianças falam sobre um abuso que tenham sofrido, em média, nove vezes até que alguém acredite nelas. Os pais podem ajudar seus filhos a aprender em quem podem confiar, indicando-lhes adultos que consideram dignos de confiança. Os pais também podem ensinar a seus filhos os nomes corretos de suas partes íntimas. Esse passo sensível dota as crianças do vocabulário necessário para contar aos outros o que lhes ocorreu;
4 – Você pode reconhecer um abuso quando ele acontece. As crianças aprendem a confiar nesse sentimento que lhes diz que algo não está bem, bem como a contá-lo a seus pais ou a um adulto em que confiam quando acontece algo que lhes faz sentir incômodos. As crianças aprendem a questionar se alguém que lhes está pedindo que façam algo que as incomodem está pedindo tal ato porque as ama. As crianças aprendem a contar a seus pais ou a um adulto de confiança se outra pessoa lhes deixa tristes ou confundidas, ou tentar conseguir que rompam as regras. Isso pode deter o processo de aproximação mediante o qual um abusador atrai a uma criança até o perigo. Uma criança que questiona o comportamento inapropriado de outra pessoa pode enviar uma mensagem ao possível abusador de que essa criança não é uma presa fácil, mas que contará o que se lhes está fazendo;
5 – Há formas de detectar um processo de aproximação indevida. Os possíveis abusadores estão dispostos a passar uma grande quantidade de tempo tornando-se amigos da família e inclusive da comunidade, para se fazerem ver como amigo de confiança dessa família. As crianças aprendem que qualquer pessoa que lhes permite romper as regras, lhes oferece álcool ou mostram pornografia deve ser denunciada aos pais ou a outros adultos de confiança. As crianças aprendem que não é bom manter segredos de seus pais. Aprendem que devem contar quando alguém lhes oferece presentes especiais, ou sempre estão lhes tocando ou fazendo cócegas e pedem que não contem nada a ninguém;
6 – Os pais e outros adultos de confiança falarão sobre este assunto. As crianças, geralmente, tratam de proteger seus pais das más notícias, de tal forma que precisam aprender que podem contar a seus pais qualquer coisa. Essa lição se transmite quando os pais se envolvem nas atividades de seus filhos e falam com eles do que acontece em sua vida. Essa é a forma através da qual as crianças aprendem que podem compartilhar com seus pais. Os mais efetivos programas de ambientes seguros incluem os pais no processo de aprendizagem. Isso oferece às crianças um sinal de que esse tema não é tabu, mas, ao contrário, é algo sobre o qual se deve conversar com membros da família;
7 – Existem as barreiras pessoais. Aprender a estabelecer barreiras pessoais pode proteger uma criança e saber que tais barreiras existem reforça o ensinamento de escutar os próprios instintos. As crianças que escutam essa voz que lhes diz "pressinto que isso não está bem" podem proteger a si mesmas;
8 – As crianças podem se autodefender. As crianças devem ser respeitosas e obedecer, mas, ao mesmo tempo, necessitam saber que há ocasiões em que é bom dizer "não" a um adulto. As crianças aprendem quando é apropriado que digam: "Não, pare de fazer isso". Por exemplo, escutam que podem dizer não a alguém que lhes faz sentir incômodos, lhes mostra pornografia ou oferece álcool;
9 – Há formas de explicar um comportamento inapropriado. As crianças aprendem a descrever o que está acontecendo quando alguém está fazendo algo que parece um "tanto estranho", ainda que possa não parecer incorreto. A capacidade de articular o que lhe aconteceu permite à criança confiar o conhecimento do fato mais facilmente a seus pais ou a um adulto de confiança. Isso pode alertar o adulto acerca de uma situação potencialmente perigosa, para que possa ser evitada. Por fim, esse é o objetivo da educação para ambientes seguros.
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