Bispo de Leiria-Fátima afirma que a Igreja em Portugal está disponível para colocar suas estruturas a serviço dos refugiados
Da Redação, com Agência Ecclesia
A Igreja em Portugal está disponível para acolher refugiados em suas estruturas. A declaração foi dada pelo bispo de Leiria-Fátima, Dom Antônio Marto, e pela diretora da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM), Eugênia Quaresma, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 13.
“No tempo dos regressados da África, que foram 600 mil, abriram-se casas, seminários que os acolheram durante muito tempo até poderem sistematizar a sua vida. Penso que a Igreja estará aberta para isso e fará todo o esforço”, disse Dom Antônio.
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Eugênia Quaresma revelou que existem casas de ordens religiosas que precisam de novos rumos e se tiverem essa capacidade de acolhimento podem ser uma mais-valia. Cabe, então, sensibilizar as comunidades cristãs para o acolhimento. “É preciso criar unidade de pensamento na hospitalidade”, comentou.
Neste ano, o tema da peregrinação internacional dos dias 12 e 13 de agosto ao Santuário de Fátima é “Formamos um só corpo” e coincide anualmente com a peregrinação do Migrante e Refugiado, integrada na 43.ª Semana Nacional das Migrações, que vai até domingo, 16.
Na conferência de imprensa de apresentação da peregrinação anual do migrante e refugiado ao Santuário mariano da Cova da Iria, Dom Marto também alertou que a Europa não pode ignorar a tragédia humanitária que, se não tem uma resposta, destrói os fundamentos que estão na base do humanismo europeu e da própria União Europeia.
Neste contexto, o bispo disse ainda que a Europa deve aprender com o exemplo de países muito mais pobres que estão acolhendo os imigrantes e refugiados, como a Jordânia e o Curdistão Iraquiano. “Na sua pobreza, acolheu dois milhões e meio de refugiados, têm muitos menos recursos econômicos e financeiros que a Europa, mas têm um coração maior, mais acolhedor e mais aberto, capaz de repartir com quem é pobre”, contextualizou.
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A diretora da OCPM destacou que os refugiados e migrantes são “porta-vozes” e denunciam a desigualdade social, os conflitos, as perseguições, a pobreza; e a Igreja não tem ficado alheia a essa realidade. “A Igreja, nas diferentes parte do mundo, nas suas diferentes estruturas e carismas, está socorrendo, alimentando, vestindo, dando a primeira assistência”.
Uma das imagens peregrinas de Nossa Senhora de Fátima vai estar em Damasco, na Síria, de 7 a 9 de setembro, a pedido do patriarca da Igreja Greco-Católica Melquita, Gregório III.