No último sábado, 15 mil pessoas se reuniram em Doha, capital do Catar, na igreja de Santa Maria do Rosário inaugurada sexta-feira, 14. A inauguração foi feita pelo Cardeal Ivan Dias, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos. Os cidadãos ocidentais que vivem em Catar foram, no entanto, alertados pelas embaixadas de seus países a estarem atentos após as ameaças lançadas pelos fundamentalistas islâmicos devido a inauguração da primeira igreja católica no país árabe.
A igreja não tem cruz nem sinos, nem será aberta ao público, mas reservada ao culto dos fiéis, que são em sua maioria indianos, filipinos e europeus.
Sua localização é em um terreno doado pelo emir do Catar, xeque Hamad Al-Thani, favorável ao diálogo inter-religioso. Ele também doou terrenos aos cristãos anglicanos, coptas, ortodoxos e protestantes para construírem edifícios de culto.
Cerca de 48 mil fiéis de diversas nacionalidades estão presentes no emirado do Golfo Pérsico por motivos de trabalho. Estima-se que os cristãos em Catar sejam cerca de 150 mil. Poucos anos atrás, era permitido professar somente a religião islâmica.
Vários líderes muçulmanos criticaram a decisão do governo, que autorizou a construção da nova igreja. O governo de Catar estabeleceu relações diplomáticas com a Santa Sé em 2002. O vice-premiê do país considera a iniciativa positiva e disse ainda que "a construção da igreja será uma mensagem positiva ao mundo".
Situado na Península Arábica, Catar tem cerca de 800 mil habitantes, na sua grande maioria muçulmanos.