Estimativas dos órgãos oficiais é de que diariamente 300 muçulmanos saíam de Bangladesh
Da redação, com Ansa
Foi anunciado nesta terça-feira, 16, pelo governo de Bangladesh um acordo com Myanmar que repatriará milhares de muçulmanos rohingyas. O documento havia sido firmado em novembro do ano passado e deve permitir a saída de até 300 pessoas por dia do país.
Segundo comunicado oficial divulgado por autoridades da capital de Bangladesh, Daca, serão criados cinco campos de “trânsito” do lado bengalês da fronteira e dois centros de acolhimentos do lado de Myanmar. O documento prevê que a volta dos rohingyas pode levar até dois anos, mas uma data fixa não foi estabelecida ainda.
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Ao todo, a Organização das Nações Unidas (ONU) informa que mais de 650 mil membros da etnia, fortemente perseguida pelo Exército de Myanmar, fugiram para Bangladesh durante o ano passado.
Já a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) estima que, no mínimo, quase sete mil rohingyas foram mortos por ações dos militares, que se agravaram após um ataque de um grupo de defesa da etnia em agosto do ano passado. Os militares são acusados, além de assassinatos a sangue frio, de estupro, de tortura e de incendiar as casas dos rohingyas.
Apesar do “otimismo” do governo de Daca, o acordo é visto com bastante ceticismo tanto pela ONU como pela comunidade internacional. Além disso, o documento não inclui todos os que fugiram para o país vizinho.