O furacão Jimena perdeu força nesta quarta-feira, 02, depois de passar sobre a península da Baixa Califórnia, onde os hotéis pregaram tábuas em portas e janelas para proteger os turistas da forte tempestade.
O Jimena perdeu força ao se aproximar do continente, mas o Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) disse que continua em vigor um alerta contra furacões no norte da península, o que significa que "os preparativos para proteger a vida e as propriedades devem ser acelerados."
O Centro disse que o Jimena já decaiu para a categoria 2, com ventos regulares de 165 quilômetros por hora e rajadas mais fortes. Ele chegou a estar na perigosa categoria 4 da escala Saffir-Simpson, que vai até 5.
No último boletim do NHC, o furacão estava cerca de 110 quilômetros a sul-sudeste de Cabo San Lázaro, avançando para norte-noroeste a 20 quilômetros por hora.
A região atingida pela tempestade tem um sofisticado setor turístico, com campos de golfe, marinas e hotéis cinco estrelas.
"Éramos turistas, agora estamos presos aqui", disse o norte-americano Karl Weber, de 40 anos, espiando a tempestade no corredor do seu hotel. Ele e a esposa tinham feito mergulhos próximos a Cabo Pulmo, e seu voo de volta para os EUA foi cancelado.
Mas a região turística parece ter sido poupada dos piores efeitos do furacão, que deveria atingir em cheio uma área pouco populosa, bem mais ao norte, na madrugada de quarta-feira.
O México não tem instalações petrolíferas nem atividades importantes dos setores de café e mineração nessa área. O porto de Cabo San Lucas foi fechado.
Uma reunião da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para discutir a questão dos paraísos fiscais foi transferida de Los Cabos para a Cidade do México.
Não há relatos imediatos de danos graves a propriedades, segundo José Gajón, diretor da Defesa Civil no Estado mexicano da Baixa Califórnia do Sul.
Antes, funcionários de hotéis de luxo pregaram tábuas nas janelas, embalaram móveis expostos com plástico e transformaram centros de convenção em abrigos improvisados, com camas e jogos de tabuleiro para distrair os hóspedes.
Um hotel à beira-mar em Cabo San Lucas amarrou uma estátua de Netuno, o deus do mar, a palmeiras, e usou cordas para prender um candelabro do saguão ao chão, para evitar que essas peças voassem.
"Nunca passei por nada nem remotamente parecido", disse o investidor imobiliário Reg Wilson, 36 anos, da Califórnia. "Não tenho ideia do que esperar. Não temos muitas opções, então temos de simplesmente suportar."
Famílias pobres, funcionários de hotéis e operários da construção civil se aglomeraram em abrigos montados nas escolas. Cerca de 5.000 pessoas deixaram suas casas na região.
A chuva inundou estradas, e em pelo menos uma favela, na cidade de San José del Cabo, as ruas viraram rios e a rede de esgotos transbordou.
"As pessoas estão realmente preocupadas", disse Ilda Ramírez, 33 anos, que vive num barraco de papelão e sucata, e agora se abriga numa escola. "Sei que podemos acabar perdendo tudo."
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