As fortes chuvas alertam os pecuaristas na fronteira entre Brasil e Bolívia
Reportagem de Jean Cesar
Imagens Reuters
Na fronteira do Brasil com a Bolívia, as fortes chuvas preocupam pecuaristas. O transbordamento dos rios vêm mudando a paisagem e as pastagens dos animais no país vizinho.
O gado, apenas com a cabeça de fora na cheia, mostra o cenário diferente na região de Beni, na Bolívia. Os vaqueiros enfrentam a vegetação nativa e a alta das águas para levar a boiada a um local seguro. Há lugares em que o jeito é descer e ajudar o gado cansado e fraco a se levantar. “A chuva atrasou por cerca de dois meses, e chegou pesada na região. Nós, fazendeiros, enfrentando esse problema. Nosso gado está espalhado, estamos reunindo e tocando a todos eles para áreas mais altas”, afirmou o pecuarista, Gunther Amatller Perez.
Com diversas propriedades assim, os animais perdem peso. A pecuarista Teresa Vargas tenta minimizar a queda do arroba. “Vamos pastorear o gado e alimentá-lo na estrada. A comida está nas valas. Vamos ver quanto tempo dura. Meu rebanho está sofrendo, os animais estão muito magros”, disse a pecuarista, Teresa Vargas.
A região de Beni, na Bolívia, está localizada próxima à fronteira com o Brasil. Dados locais apontam que cerca de duzental mil cabeças de gado estão em perigo. A área de pecuária afetada fornece carne para todo o país e para a China. As fortes chuvas atingiram mais de 590 mil famílias e tiraram a vida de 55 pessoas.
“Nas nascentes do rio Mamoré, a água continua subindo. Todas essas águas fluem para o rio Mamoré e devem passar por aqui”, concluiu o pecuarista, Gunther Amatller Perez.
Para os meteorologistas, esses cenários são consequências da mudança climática. A beleza da criação deve ser prioridade, pois a preservação da casa comum é dever de cada cidadão.