Para Francisco, os bispos devem estar nas nas periferias das dioceses e em todas as “periferias existenciais” onde há sofrimento, solidão e degrado humano
Da redação, com Rádio Vaticano
Os Bispos da Conferência Episcopal de Moçambique foram recebidos pelo Papa Francisco, em visita ad Limina, neste sábado, 9, no Vaticano. Na audiência, estavam presentes 18 bispo, entre os quais o brasileiro bom Luiz Fernando Lisboa, Bispo de Pemba.
Em seu discurso, o Papa recordou a missão do pastor em sua comunidade, e sua plena disponibilidade ao rebanho. De modo especial, pediu que os bispos reservem uma atenção particular aos sacerdotes. “O tempo gasto com eles nunca é tempo perdido”, disse.
Quanto aos fiéis, o Papa recomendou que os bispos estejam nas periferias das dioceses e em todas as “periferias existenciais” onde há sofrimento, solidão e degrado humano. Um bispo, recordou, deve viver em meio aos fiéis, residir na diocese e se rodear de organismos diocesanos que o auxiliem em suas tarefas.
Para o Pontífice, os pastores e os fiéis de Moçambique, mas também toda a Igreja, precisam desenvolver mais a cultura do encontro. “Como não pensar aqui nas vítimas das calamidades naturais? Estas não cessam de semear destruição, sofrimento e morte – como ainda há pouco, infelizmente, fomos testemunhas –, aumentando o número de deslocados e refugiados. Estas pessoas precisam que partilhemos a sua dor, as suas ânsias, os seus problemas. Precisam que as olhemos com amor; é preciso ir ao encontro delas, como fazia Jesus.”
O Papa afirmou que, diante dos desafios atuais de Moçambique, é preciso promover em maior medida a cultura do encontro.
“As tensões e os conflitos minaram o tecido social, destruíram famílias e sobretudo o futuro de milhares de jovens. O caminho mais eficaz para contrastar a mentalidade de prepotência e as desigualdades, bem como as divisões sociais, é investir no campo de «uma educação, que ensine os jovens a pensar criticamente e ofereça um caminho de amadurecimento nos valores (Evangelii gaudium, 64). Aos problemas sociais, responde-se com redes comunitárias”, explicou.
O Papa conclui seu discurso com palavras de encorajamento: “Quando tivermos de partir para uma periferia extrema, talvez nos assalte o medo; mas não há motivo! Na realidade, Jesus já está lá; Ele espera-nos no coração daquele irmão, na sua carne ferida, na sua vida oprimida, na sua alma sem fé. Jesus está lá naquele irmão. Ele sempre nos precede; sigamo-Lo! Tenhamos a audácia de abrir estradas novas para o anúncio do Evangelho”.