O Papa Bento XVI falou de sua preocupação diante das recentes "tensões e oposições entre as Nações", na cerimônia de boas-vindas no Palácio do Eliseu, residência oficial do Presidente da República francesa, Nicolas Sarkozy.
O Santo Padre tem-se pronunciado em favor de uma solução pacífica para o conflito que, atualmente, envolve a Geórgia, as suas regiões separatistas e a Rússia, e tem gerado receios de uma nova "Guerra Fria".
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Num momento em que a França assegura a presidência da União Européia (UE), o Papa assinalou que este país, "historicamente sensível à reconciliação entre os povos, está chamado a ajudar a Europa a construir a paz nas suas fronteiras e no mundo inteiro".
"Os tempos são incertos e é uma tarefa árdua encontrar o bom caminho entre os meandros do cotidiano social e econômico, nacional e internacional", admitiu.
Bento XVI destacou que "é importante promover uma unidade que não pode e não pretende ser uma uniformidade, mas que seja capaz de garantir o respeito das diferenças nacionais e das diversas tradições culturais que constituem uma riqueza na sinfonia européia", recordando que "a própria identidade nacional só se realiza na abertura aos outros povos e através da solidariedade para com todos".
"Exprimo a minha confiança de que o vosso país contribuirá cada vez mais para fazer progredir este século no caminho da serenidade, da harmonia e da paz", prosseguiu, admitindo que a missão reservada a Sarkozy "não é fácil".
O Papa disse ainda que o exercício da presidência da UE deve servir para "testemunhar a ligação da França aos Direitos Humanos e à sua promoção, para o bem do indivíduo e da sociedade", pedindo atenção aos "direitos inalienáveis da pessoa, desde a sua concepção até à sua morte natural".
Bento XVI aludiu ainda aos direitos relativos à "livre educação, vida familiar, ao trabalho, sem esquecer naturalmente os direitos religiosos".