Nas catequeses sobre família, Francisco refletiu hoje sobre os filhos, um presente que revela a dimensão mais gratuita do amor; sociedades sem filhos são deprimidas, disse
Jéssica Marçal
Da Redação
Seguindo no ciclo de catequeses sobre família, o Papa Francisco refletiu nesta quarta-feira, 11, sobre os filhos. O Santo Padre já havia falado das mães e dos pais, e hoje ofereceu uma reflexão sobre o grande dom que os filhos são para a família e para a sociedade como um todo.
“Os filhos são a alegria da família e da sociedade, não é um problema de biologia reprodutiva, nem um modo de realizar-se, nem uma posse dos pais; os filhos são um dom, um presente”.
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Segundo o Papa, ser filho, no projeto de Deus, é levar consigo a memória e a esperança de um amor que realizou a si mesmo dando a vida a outro ser humano. E cada filho é único para os pais. Como exemplo, recordou sua própria família: ele contou que sua mãe, quando questionada sobre qual era seu filho preferido, dizia que seus cinco filhos eram como seus cinco dedos, qualquer um que fosse tirado faria falta. “Os filhos são diferentes, mas são todos filhos”, explicou o Pontífice.
Francisco destacou ainda que é na profundidade do “ser filho” que se descobre a dimensão mais gratuita do amor, já que os filhos já são amados antes mesmo de nascerem. Um exemplo disso é o gesto de tantas mulheres grávidas, na Praça São Pedro, que pedem que o Papa abençoe suas barrigas.
Os filhos, por sua vez, ressaltou o Papa, precisam honrar o pai e a mãe, como ensina o quarto mandamento, que contém algo de sagrado, de divino e está na raiz de todo tipo de respeito entre os homens. “Uma sociedade de filhos que não honram os pais é uma sociedade sem honra; quando não se honra os pais se perde a própria honra”.
Sociedade sem filhos
O Pontífice mencionou ainda na catequese a realidade de pais que não querem ter filhos. Segundo ele, uma sociedade que não quer ser rodeada pelos filhos, porque os considera um peso ou uma preocupação, é uma sociedade deprimida.
Ele citou, por exemplo, a realidade da Europa, onde a taxa de nascimento não chega a 1%. Nesse contexto, citou a encíclica Humanae vitae, de Paulo VI, que dizia que ter mais filhos não pode se tornar automaticamente uma escolha irresponsável. Mas não ter filhos é uma escolha egoísta. “A vida rejuvenesce e conquista energia multiplicando-se”, disse Francisco.
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No final das reflexões, Francisco expressou sua satisfação ao ver tantos pais e mães levantando seus filhos na Praça São Pedro para que sejam abençoados. Trata-se de um gesto quase divino, disse o Papa. “Obrigado por fazerem isso!”, conclui.
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