Localizado no Mosteiro da Luz, que teve boa parte da construção projetada por Frei Galvão, o Museu de Arte Sacra de São Paulo comemora 55 anos de existência com uma exposição que revela a evolução urbana na capital paulista.
Reportagem de Aline Imercio e Gilberto Pereira
A delicadeza na conservação de imagens sacras é nítida. Há 45 anos na profissão de restauradora e há 10 trabalhando no Museu de Arte Sacra de São Paulo, Titina diz que seu ofício é cirúrgico, como de um médico. “Você precisa pensar na ação artística de cada obra. Isso traz pra gente muito conhecimento do ser humano, de como é a sua emoção diante da fé”, relatou a professora de conservação e restauro, Titina Corso.
Em 2025, o Museu de Arte Sacra de São Paulo completa 55 anos. São mais de 18.000 obras que ajudaram a contar a história do Brasil. Para comemorar a data, a exposição Dentro e Fora dos Muros da Luz foi inaugurada. “Destaca principalmente algumas obras emblemáticas do acervo, onde nós trabalhamos o conteúdo, relacionado individualmente a cada obra”, falou a curadora da exposição, Yasmine Machado Lima.
Nossa Senhora das Dores de Aleijadinho, a imagem de São Paulo que esteve no pátio do colégio na fundação da cidade e o quadro da ressurreição de Lázaro de Anita Malfatti são algumas das obras que integram a exposição.
“Um São Jorge que está em destaque aqui na expografia faz parte da história até urbanística da cidade de São Paulo. No século XIX ele participava de procissões. Ele foi visto por algumas pessoas, por exemplo, a Tarsila Do Amaral, artista que se inspirou para criar um quadro”, contou Yasmine.
Fora dos muros, a exposição continua aqui na sala do Museu de Arte Sacra, no metrô Tiradentes, onde o visitante pode ver a evolução urbana que aconteceu ao redor do Mosteiro da Luz. “A própria relação paisagística e urbanística dessa construção com o entorno”, completou ela.
Artes que agradam quem trabalha no museu e quem o visita, como a pernambucana Albeniza. “Achei belíssimo assim. Fiquei encantada com o trabalho, com tudo que vê aqui. Tô muito feliz”, expressou a pedagoga, Albeniza Noronha.