Líderes de outros países europeus saudaram os 60 anos de unificação e prometeram aprofundar uma unidade fragilizada por crises globais e regionais
Da redação, com Reuters
Europeus devem conter suas reclamações e seu descontentamento em relação à União Europeia se quiserem que o bloco sobreviva, alertaram líderes neste sábado, 26, durante evento do 60º aniversário da UE, em Roma, onde assinaram uma declaração formal de unidade.
Quatro dias antes de a primeira-ministra britânica, Theresa May, ausente da cerimônia na capital italiana, apresentar oficialmente os documentos de saída do Reino Unido do bloco, líderes de outros países europeus saudaram os 60 anos de unificação e prometeram aprofundar uma unidade fragilizada por crises globais e regionais.
Mas dias de duras negociações sobre as palavras a serem usadas na Declaração de Roma, combinados com a iminente confirmação de May para o chamado Brexit e com a presença de milhares de manifestantes que se reuniram no cordão policial ao redor do palácio de Campidoglio ofereceram uma lembrança mais sóbria dos desafios enfrentados pela UE na manutenção de um curso comum para 27 países.
“Paramos no meio do caminho e isso causou uma crise de rejeição pela opinião pública”, disse o anfitrião e primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, em alusão ao repúdio britânico à UE.
Ele disse que o fracasso em levar o projeto adiante durante uma década de problemas econômicos ajudou no crescimento de um “nacionalismo intolerante”. Roma ofereceu um novo começo: “A União está começando de novo … e tem uma visão para os próximos 10 anos”, disse o premiê.
Outros, no entanto, estão receosos sobre tal entusiasmo na cessão de mais soberania nacional — e também acerca de movimentos na União que avançam com uma pauta de integração. O governo nacionalista da Polônia tem liderado protestos contra uma “Europa multivelocidade”, temendo que isso poderia colocar o ex-país comunista em um status de segunda classe.
A chanceler alemã, Angela Merkel, uma das principais líderes do bloco, que concorrerá à reeleição em setembro, salientou que a UE deve também dar atenção às queixas de gerações que conhecem a guerra apenas na história. “No futuro, teremos que nos preocupar, acima de tudo, com a questão de empregos”, disse ela a repórteres.