mini-COP21

Cúpula ambiental em Paris discute ações contra aquecimento global

Estamos perdendo a batalha do clima, afirmou o presidente da França durante evento com líderes da comunidade internacional

Da redação, com ANSA

Presidente da França, Emmanuel Macron, responsável pela convocação do encontro /Foto: Arquivo Reprodução Reuters

“Para salvar o clima, cada ator da sociedade deve se empenhar todos os dias. Hoje jogamos uma nova etapa de nossa luta coletiva, e não podemos errar, estamos perdendo a batalha”. Afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, durante mini-cúpula com líderes da comunidade internacional, nesta terça-feira, 12, em Paris, capital da França.

Denominada “One Planet” (“Um planeta”, em tradução livre) e apelidado de “mini-COP21”, a cúpula foi marcada por críticas e por algumas ações concretas contra o aquecimento global. A intenção do encontro, convocado por Macron, era avançar nas conquistas obtidas pelo histórico Acordo de Paris.

Assinado há aproximadamente três anos, o acordo sobre as mudanças climáticas foi adotado pelos líderes mundiais em dezembro de 2015, na Conferência sobre o Clima em Paris (COP21), entrou oficialmente em vigor em novembro de 2016 e teve a saída dos Estados Unidos da América em junho deste ano, 2017.

O evento reuniu chefes de Estado e de governo, políticos, empresas, ONGs e artistas, e terminou com o anúncio de 12 projetos avaliados em centenas de milhões de dólares para enfrentar o aquecimento global. A lista de iniciativas inclui a criação de um fundo para países do Caribe atingidos por furacões, e um programa de desenvolvimento de carros elétricos em oito estados norte-americanos.

Além disso, o Banco Mundial anunciou que, a partir de 2019, não financiará mais a exploração e a extração de petróleo e gás. O objetivo dessas medidas é garantir o cumprimento das metas do Acordo de Paris, que obriga os países signatários a manterem a temperatura média do planeta “bem abaixo” de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais.

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Apenas Síria e Nicarágua não haviam firmado o tratado, mas os dois países já anunciaram sua adesão. Por outro lado, o presidente Trump decidiu retirar os Estados Unidos do acordo, o que compromete seriamente seus objetivos, já que a nação é a segunda maior emissora de dióxido de carbono no mundo, atrás da China.

Por questões burocráticas, a retirada só deve ser concretizada no fim de 2020, mas nada indica que o magnata vá atuar para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. “O mundo seguirá adiante, mesmo sem os Estados Unidos, e eles arriscam perder uma oportunidade para sua economia e seu ambiente”, afirmou o ministro do Meio Ambiente da Itália, Gian Luca Galletti, um dos participantes do “One Planet”.

Já o ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, republicano como Trump, afirmou que os EUA podem continuar contribuindo, apesar de seu presidente. “Donald Trump excluiu Donald Trump do Acordo de Paris, mas não os Estados Unidos”, disse.

Por outro lado, com ou sem os EUA, as dúvidas em torno do cumprimento das metas do tratado continuam pairando sobre a comunidade internacional. “Esses compromissos são passos positivos no caminho certo, mas são insuficientes para satisfazer os objetivos do Acordo de Paris. Sabemos pelo relatório da ONU sobre as emissões em 2017 que não estamos no rumo certo”, afirma um comunicado da Climate Action Network (CAN), rede que reúne 1,2 mil ONGs ambientais do mundo todo.

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