Nova estação

Primavera deve ser mais quente e chuvas podem demorar a chegar

Climatologista apresenta algumas previsões para a estação das flores, que começa hoje

Thiago Coutinho
Da redação

A chamada “estação das flores” deste ano promete calor, mas chuvas podem demorar / Foto: Arquivo CN

Começa nesta sexta-feira, 22, exatamente às 17h02, a primavera, a estação que traz aquelas manhãs e tardes levemente quentes e noites mais frescas, com paisagens repletas de flores desabrochando.

Antes da chegada da primavera, porém, as últimas semanas de inverno provocaram um tempo seco, sem chuvas e com as famigeradas queimadas, que causaram acidentes no trânsito e dificuldades para o aparelho respiratório.

Segundo a climatologista Renata Tedeschi, do Grupo de Previsão Climática do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-Inpe), pode ser que a chuva demore a espantar as altas temperaturas — somente as regiões Sul e Oeste ficarão dentro da média histórica, o restante do país terá temperaturas mais altas que o usual.

“Até o fim do mês passado, a previsão era de que as chuvas atrasassem”, afirmou a climatologista. “Este tempo seco pode permanecer por mais tempo do que o normal. Isto não impede, porém, que ocorram chuvas. A estação chuvosa não terá início em meados de outubro, ela vai atrasar, principalmente na região sudeste”, reiterou.

Com relação à temperatura, espera-se que esta seja uma primavera mais quente. Na regiões que compreendem o Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste o clima deve subir. “Isto não significa que não haverá um dia ou outro mais frio, caso chegue uma frente fria”, informou Renata.

Aquecimento global

Estudos divulgados no início deste ano pela Agência de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (Noaa, sigla em inglês) apontam que 2016 foi o ano mais quente da história. O aquecimento global é um fenômeno que pode trazer mudanças drásticas nas condições climáticas. As chuvas, por exemplo, podem se tornar mais fortes.

“O aquecimento global causa chuvas mais extremas. Não mais chuvas. Há uma maior quantidade de água num período mais curto. Mas não podemos dizer que ele causará mais chuvas na primavera. Choveria mais se tivéssemos fenômenos como o El Ninõ, por exemplo, que dura um ano inteiro, que são em grande escala, como classificamos”, esclareceu a climatologista do CPTEC.

A temperatura, por outro lado, tem ligação direta com as mudanças climáticas. “Vemos que ano após ano as temperaturas estão mais quentes e têm ligação com o aquecimento global”, afirmou.

Curiosidade

No início da primavera ocorre um fenômeno conhecido como equinócio. Trata-se do momento exato em que o sol incide de forma mais intensa sobre as regiões que estão mais próximas à linha do equador. Dia e noite têm igual duração, ou seja, exatamente 12 horas para cada.

“Quanto mais ao sul você estiver, maior ou menor é a incidência de luz. No estado de São Paulo, por exemplo, você chega a ter no verão quase 13 horas de sol, o dia mais longo do ano. No inverno, porém, temos o dia mais curto. O ciclo é assim: são 12 horas de sol e 12 horas de noite no início da primavera. Com o passar dos meses, vai diminuindo o sol durante o dia e a noite aumentando até chegar o equinócio de outono”, explicou Renata.

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