Às vésperas do Dia Mundial do Migrante e Refugiado, bispos destacam desafios a serem enfrentados, principalmente na Europa
Da Redação, com Rádio Vaticano
Por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado celebrado neste domingo, 15, bispos da França e da Alemanha emitiram um comunicado conjunto frisando os desafios para enfrentar o problema da migração, principalmente na Europa onde é grande o fluxo de refugiados.
Assinam o comunicado o arcebispo de Hamburgo, Dom Stefan Hesse, presidente da Comissão para Migração da Conferência Episcopal Alemã, e o bispo de La Rochelle, Dom Georges Colomb, responsável pela Pastoral dos Migrantes da Conferência Episcopal Francesa.
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“A prostituição, a pornografia, a exploração no trabalho e o tráfico de droga, são algumas formas de escravidão que afetam os menores”, sublinham os bispos. “Diante da violação contínua dos direitos humanos e das crianças, o Santo Padre afirma claramente que encontramos Jesus Cristo nos pequenos e vulneráveis e devemos fazer de tudo para proteger sua dignidade de modo especial”.
Os prelados recordam que, em 2015, mais de 65 milhões de pessoas abandonaram suas casas por causa de guerras, perseguições e violências. A metade desses refugiados é formada por menores. “O número elevado na Europa de refugiados menores não acompanhados nos apresenta desafios imensos, especialmente porque muitas crianças e jovens não fazem pedido de asilo. O número real é muito mais alto em relação ao indicado pelos dados oficiais”, ressaltam os bispos.
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Segundo algumas estimativas, em 2014, na União Europeia eram cerca de 23 mil. Em 2015, eram mais de 100 mil. As histórias dos refugiados são de grande sofrimento: as famílias foram separadas, os menores sofreram violência e várias formas de exploração que causaram feridas graves no corpo e na alma.
“Como cristãos”, lê-se no comunicado conjunto, “esta realidade não pode nos deixar indiferentes”. Os bispos convidam a elevar a voz em defesa da dignidade dessas pessoas. Através de escolas, organismos sociais, movimentos juvenis, associações eclesiais e comunidades religiosas, a Igreja Católica na Alemanha e na França acompanha os menores migrantes em seu caminho.
“Não se deve perder de vista a responsabilidade dos órgãos estatais competentes e dos políticos para garantir aos migrantes menores condições jurídicas e administrativas adequadas. Condições que lhes permitam uma vida digna”.
No comunicado, recorda-se ainda o trabalho das Igrejas na obra de acolhimento manifestando apreço pela “boa colaboração que se desenvolveu em muitos setores entre a Igreja, sociedade civil e âmbitos estatais”.