Queda do presidente

Egito vive momento histórico, diz núncio apostólico

O Núncio Apostólico no Egipto, Arcebispo Michael Louis Fitzgerald, se pronunciou nesta sexta-feira, 11, sobre a renúncia do presidente egípcio, Hosni Mubarak, salientando que se trata de um “momento histórico” para essa nação africana.

“É um momento crítico, temos de rezar para que este momento histórico traga mais justiça, paz, felicidade para o povo egípcio”, disse o núncio.
O representante diplomático do Papa no Egito declarou que o povo recebeu a notícia da demissão com grande alegria. “É verdadeiramente um momento de euforia, não só para os jovens, mas para todos”, afirmou.

Antes de ser nomeado núncio no Cairo, em 2006, Dom Fitzgerald presidiu, durante três anos e meio, ao Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, do Vaticano.

O arcebispo britânico espera que a saída de Mubarak, no poder há 30 anos, permita responder às exigências “sociais” da população.
“Desejo que o conselho do exército, a quem foi confiado o governo do país, prossiga esta luta e responda também às outras exigências da população, que não estão apenas ao nível da liberdade política”, disse o núncio apostólico.

Para ele, a necessidade de “salários adequados” e o combate à “corrupção” motivaram a onda de protestos no Egito.

“Penso que o presidente Mubarak, antes de apresentar a sua demissão, preparou este momento, confiando ao seu vice-presidente, Omar Suleiman, a tarefa de levar por diante a reforma de certos artigos da Constituição, abrindo assim caminho a eleições presidenciais”, acrescentou.

O vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, anunciou nesta sexta-feira que Hosni Mubarak decidiu abandonar o cargo e transferir o poder para o exército, decisão tomada após 18 dias consecutivos de contestação.

"O presidente Mohamed Hosni Mubarak decidiu renunciar ao cargo de presidente da República e encarregou o conselho supremo das forças armadas de administrar os assuntos do país", disse Suleiman, numa breve mensagem.

Centenas de milhares de pessoas concentradas na praça Tahrir, no centro do Cairo, manifestaram a sua satisfação, após o anúncio da renúncia.

A onda de contestação fez pelo menos 300 mortos, segundo dados da ONU e da organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, e também deixou milhares de feridos.


 

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