Nesta quarta-feira, 6, o mundo recordou os dois anos do forte terremoto sacudia o solo da região de Abruzzo, no centro-norte da Itália. Durante a madrugada, mais de 20 mil moradores se reuniram na praça central da cidade, área fortemente devastada, às 3h32, hora exata do sismo. Os sinos da Igreja das Almas Santas badalaram 309 vezes, seguindo-se à leitura dos nomes das vítimas.
Já o presidente italiano, Giorgio Napolitano, esteve em Áquila para participar de uma cerimônia em homenagem às vítimas da tragédia. "Nenhum italiano nunca apagou, nem por um só instante da sua memória, a tragédia do terremoto que há dois anos atingiu esta belíssima cidade de Aquila", disse Napolitano.
As consequências do tremor de 6,3 graus na escala Richter, sentido também na capital, Roma, foram especialmente devastadores para a cidade de Áquila e arredores. O saldo total da tragédia foi de 309 mortos e mais de 1,6 mil feridos – sem contar as centenas de milhares de desabrigados e os danos incalculáveis materiais.
A rede Cáritas na Itália trabalhou vem trabalhando desde então após a tragédia. A Cáritas italiana prontamente deu apoio e solidariedade às populações atingidas pelo tremor, por exemplo, montando, na época, um Centro de Coordenação nacional para todas as ajudas da rede, atuando em ligação com a Delegação regional das Cáritas de Abruzzo e Molise, a Cáritas diocesana e toda a Igreja aquilana.
Reconstrução da cidade
O Centro de coordenação da Cáritas subdividiu o território afetado em nove zonas homogêneas, além de prestar atenção também aos desalojados junto à Costa. Cada zona foi confiada às 16 delegações regionais das Cáritas diocesanas, segundo o esquema dos "gemmelatti", instrumento posto à prova com sucesso a partir do duplo-terremoto de Friuli, em 1976.
Graças à solidariedade expressa por quase 23.500 doadores italianos e estrangeiros (oriundos das paróquias, associações, dioceses, escolas. e à contribuição da Conferência Episcopal Italiana (CEI), a Cáritas Italiana recolheu, ao todo, 35.143.685 euros.
Do total, 18.343.970 euros foram gastos para atividades já realizadas (emergência, projetos sociais, reconstrução); 14.053.311 euros para as intervenções de reconstrução; 3.213.800 euros empenhados para as obras atualmente em curso de realização; e cerca de 10.500.000 euros estão previstos para as obras e projetos em fase de verificação.
Entre os projetos realizados estão a aquisição de material de primeiros socorros e kits de primeira necessidade, ações de proximidade e apoio direto à população (em particular os idosos, pessoas sozinhas, doentes), construção de Centros comunitários (7 realizados, dois em curso, 10 em fase de preparação), escolas secundárias e primárias, estruturas de serviço sociais e caritativos para idosos.