Exortação apostólica

Documento do Papa sobre família deve ser publicado até março

Exortação apostólica do Papa Francisco será uma “resposta final” ao Sínodo dos Bispos sobre família realizado no ano passado

Da Redação, com Agência Ecclesia

A exortação apostólica do Papa Francisco sobre o Sínodo dos Bispos dedicado à Família deve ser publicada até ao próximo mês de março. A informação foi adiantada à Agência Ecclesia pelo presidente do Pontifício Conselho para a Família, Dom Vicenzo Paglia, durante a jornada de atualização do clero da Província Eclesiástica do Sul, em curso até esta quinta-feira, 28, em Albufeira, no Algarve, Portugal.

O cardeal italiano mostrou-se convencido de que o documento do Papa mostrará uma Igreja Católica “em saída” e próxima das famílias em todos os momentos da vida. “Estou convencido de que a exortação será um hino ao amor, a um amor que quer zelar pelo bem das crianças, que sabe estar perto das famílias feridas para lhes levar força, que quer estar junto dos mais idosos, a um amor que toda a humanidade precisa”, salientou.

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Subordinadas ao tema “Família: Centralidade, Renovação e Continuidade”, as jornadas de atualização do clero da Província Eclesiástica do Sul têm este ano como pano de fundo o último Sínodo dos Bispos dedicado à Família.

A iniciativa conta com cerca cem sacerdotes inscritos, e respetivos bispos, vindos das dioceses do Algarve, Beja, Évora e, pela primeira vez, da diocese de Setúbal.

Dom Paglia na jornada de atualização

Em sua reflexão na jornada de atualização do clero, Dom Vicenzo Paglia destacou a importância das comunidades católicas serem mais interventivas junto aos problemas e desafios das famílias, sobretudo daquelas que estão começando sua caminhada, os jovens casais.

“Hoje infelizmente, vemos uma grande brecha entre a família e a paróquia: as famílias são muito pouco eclesiais, já que se voltam facilmente, para si mesmas, e as paróquias são pouco familiares, porque se encontram abafadas pelo peso da burocracia, ou envelhecidas pelo funcionalismo. Há pouco calor, pouco acolhimento, pouco acompanhamento”, sublinhou.

Sobre a atuação da Igreja perante casos como o das pessoas divorciadas, recasadas ou que vivem em união de fato, questão que mereceu largo destaque midiático durante o Sínodo, o representante do Vaticano frisou que todas estas pessoas podem e devem ser integradas na vida da comunidade.

“O desafio dos cristãos é estar ao lado deles, não rotulando, não criticando (…) a Igreja tem de falar para mudar. Teria sido dramático se Jesus não tivesse falado com a samaritana. Esta é a atitude do Papa Francisco, estar ao lado, não condenar, procurar o lado positivo da questão e fazê-lo crescer”, referiu o representante do Vaticano.

D. Vicenzo Paglia lembrou ainda as muitas famílias que vivem hoje momentos “dramáticos” por causa da guerra, da pobreza, do desemprego ou da instabilidade social, especialmente as que foram obrigadas a viver na condição de refugiadas.

“Muitos governos não têm uma política familiar e isso é gravíssimo”, acusou o cardeal italiano, recordando que “a solidez de uma sociedade está na família”.

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