Comunicado do Vaticano

Divulgação de documentos reservados: duas prisões no Vaticano

Investigações sobre a divulgação de documentos reservados no Vaticano levou à prisão de duas pessoas, uma delas um eclesiástico; Santa Sé emitiu comunicado

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

As investigações da polícia judiciária no Vaticano iniciadas há alguns meses sobre a divulgação de documentos reservados levou a duas prisões neste fim de semana. Nesta segunda-feira, 2, a sala de imprensa da Santa Sé emitiu um comunicado informando que duas pessoas foram convocadas para serem interrogadas a partir das evidências alcançadas.

Os presos foram um eclesiástico, Monsenhor Lucio Angel Vallejo Balda, e Francesca Chaouqui, respectivamente, ex-secretário e ex-membro da COSEA (Comissão referente de Estudo e endereçamento sobre a organização das Estruturas Econômico-Administrativas da Santa Sé). O órgão foi instituído pelo Papa Francisco em julho de 2013 e sucessivamente desfeito após o cumprimento do mandato. Após interrogatório, ambos ficaram presos para o andamento das investigações.

Nesta segunda-feira, 2, o promotor de justiça Gian Piero Milano e o promotor de justiça adjunto, Roberto Zannotti, confirmaram as detenções, mas Francesca Chaouqui foi liberada, não apresentando exigência cautelar, por motivo de sua colaboração nas investigações.

A situação de Monsenhor Vallejo Balda permanece sob apreciação da Secretaria do Promotor de Justiça. A divulgação de notícias e documentos reservados é um delito previsto pela Lei n. IX do Estado da Cidade do Vaticano (13 de julho de 2013) art. 10 (art. 116 bis c.p.).

Quanto aos livros anunciados para os próximos dias, o comunicado vaticano afirma que são frutos de uma grave traição da confiança do Papa e, no que tange aos autores, de uma operação voltada a obter vantagem de um ato gravemente ilícito de entrega de documentação reservada. Essa é uma operação, esclarece o comunicado, cujos desdobramentos jurídicos e eventualmente penais são objeto de reflexão por parte do promotor de justiça, recorrendo, se for o caso, à cooperação internacional.

“Publicações dessa natureza não contribuem de modo algum para estabelecer clareza e verdade, mas a criar confusão e interpretações parciais e tendenciosas. É preciso absolutamente evitar o equívoco de pensar que este seja um modo para ajudar a missão do Papa”, finalizou a sala de imprensa da Santa Sé.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo