Quase na metade do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização, o programa brasileiro propõe uma discussão pertinente para os tempos atuais. É possível conjugar nova evangelização e direitos humanos?
Para o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, um dos padres sinodais, é impossível separar as duas realidades. Ambas estão intimamente ligadas, visto que a nova evangelização está para a pessoa humana, exaltando a sua dignidade presente em sua essência de filho e filha de Deus.
Acesse
.: Todas as notícias sobre o Sínodo
“Põe-se em destaque o indivíduo, mas não a pessoa e, portanto, aquilo que diz respeito à pessoa enquanto um bem, um referencial iniludível, que tem por isso mesmo direitos inalienáveis. Uma dignidade que não pode ser desconhecida, nem é dada pelo estado ou pela sociedade, mas uma dignidade que é dela, a partir do momento em que ela é pessoa. O ser humano é pessoa e tem uma dignidade inata. Não é a sociedade que concede. A sociedade só tem que reconhecer a dignidade”, afirmou D. Odilo.
Embora hajam antropologias humanitárias, salientou o Cardeal, o que se vê é, na verdade, antropologias que frustram o homem, desvalorizando-o como pessoa. A missão da nova evangelização também é trazer à luz uma boa antropologia, embasada a partir do olhar da fé, ou seja, uma antropologia cristã.
O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner, ressaltou ainda que a preocupação com os pobres, as minorias são pontos importantes que têm norteado as discussões para a nova evangelização.
“Direitos Humanos e nova evangelização não dá pra desassociar por que têm haver sempre com os pobres, a justiça, com a ética, com o Reino de Deus. Ter haver com o Reino de Deus significa ser família, onde todos somos filhos no Filho, e por que somos filhos no Filho, temos a nossa dignidade”, disse o secretário-geral da CNBB.
O Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização está em sua segunda fase, começando os estudos em círculos menores, onde serão elaboradas propostas a serem apresentadas ao Papa para a ação evangelizadora da Igreja.
Leia mais
.: A Boa Nova deve ser anunciada também "digitalmente", diz Dom Celli
.: Cardeal de SP fala sobre diferentes desafios da Nova Evangelização
