A execução de Saddam Hussein reacendeu nos Estados Unidos um debate sobre a pena de morte, sob característica desumana desta prática e sobre sua efetiva necessidade.
Com uma significativa novidade no que diz respeito ao passado: segundo a última pesquisa em 2006, pela primeira vez em vinte anos o número de norte-americanos favoráveis à pena de alternativa de prisão perpétua supera àqueles que continuam a preferir a pena de morte. Um sinal decisamente positivo para os vários movimentos que há anos lutam pela sua abolição nos Estados Unidos e que confirma uma decisiva inversão de tendências.
Esta mudança, segundo a agência CNS Frank McNeirney, fundador da associação Catholics Against Capital Punishment (Católicos contra a pena de morte), encontra-se na mesma medida também entre os católicos, como indica uma pesquisa realizada em 2005 pela Conferência Episcopal.
Segundo McNeirney ao novo trend contribuiu em parte para a mensagem clara contra a pena de morte, lançada por João Paulo II, durante sua visita em São Louis, em 1999. Pode-se destacar também a contribuição dos movimentos pro-vida nos Estados Unidos, que nestes últimos tempos iniciaram a afrontar também este tema, após realizar grandes concentrações sobre a questão do aborto. As mudanças não estão somente limitadas aos debates políticos, mas se encontra também na jurisprudência: nestes meses, em diversos Estados americanos, onde se pratica a injeção letal, muitas execuções foram temporariamente suspensas das cortes estatais, após as constestações sobre as premissas mais "humanas" desta prática.
Somente neste ano já foram apresentadas à corte suprema dos Estados Unidos quatro instâncias de suspenção. E após estes dias, surgiu a notícia de que uma comissão especial de New Jersey está estudando a aplicação da pena capital no Estado, recomendando aos legisladores a sua substituição pela prisão perpétua.