O dia 21 de setembro foi escolhido como Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer para fortalecer a divulgação de informações sobre os principais sintomas
Ronnaldh Oliveira
com Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz)
Nesta quarta-feira, 21, já na Audiência geral o Papa Francisco recordou do dia de Conscientização da doença do Alzheimer. O Pontífice afirmou que por causa desta condição, muitas vezes essas pessoas são colocadas às margens da sociedade. “Rezemos pelos pacientes de Alzheimer, por suas famílias e pelos que os cuidam amorosamente, para que sejam sempre e cada vez mais apoiados e ajudados”.
A campanha deste ano chama a atenção para os sinais de alerta da demência, incentivando as pessoas a buscar informações, aconselhamento e apoio, bem como a entrar em contato com associações de Alzheimer ou demência no país. No Brasil, a Lei nº 11.736/2008 instituiu o 21 de setembro como Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer.
Em números
Cerca de 1,2 milhão de brasileiros vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões e, segundo estimativas da Alzheimer’s Disease International, os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população. Esse cenário mostra que a doença caracteriza uma crise global de saúde que precisa ser enfrentada.
Entendendo melhor
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e ainda sem cura que afeta, majoritariamente, pessoas acima de 65 anos de idade, impactando a memória, a linguagem e a percepção do mundo. Provoca alterações no comportamento, na personalidade e no humor do paciente.
A doença é progressiva e os sintomas podem ser divididos em três “fases”.
– Leve: falhas de memória e esquecimentos constantes; dificuldades em realizar tarefas complexas (como cuidar das finanças);
– Moderada: o paciente já necessita de ajuda para realizar tarefas simples, como se vestir;
– Avançada: o paciente necessita de auxílio para realizar qualquer atividade, como comer, tomar banho e cuidar da higiene.
Os sinais de alerta
A Dra. Maira Mari, neurologista atuante na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, apontou alguns sinais das pessoas com a doença: problema de memória que chega a afetar as atividades e o trabalho, dificuldade para realizar tarefas habituais; dificuldade para comunicar-se; desorientação no tempo e no espaço; diminuição da capacidade de juízo e de crítica; dificuldade de raciocínio; colocar coisas no lugar errado, muito frequentemente; alterações frequentes do humor e do comportamento; mudanças na personalidade; perda da iniciativa para fazer as coisas entre outros.
Apesar de ainda não haver cura para a doença de Alzheimer, já existem opções de tratamento: medicamentos (disponíveis nas farmácias do SUS), reabilitação cognitiva, terapia ocupacional, controle de pressão alta, diabetes e colesterol, além de atividade física regular, podem ajudar a manter a qualidade de vida por mais tempo.
É possível prevenir
Já o Dr. Felipe Anastácio, médico neurologista da Universidade de Campinas, advertiu que são diversas as possibilidades de prevenção, evitando assim o desenvolvimento da doença: ter uma vida ativa e com objetivos; praticar atividade física regular por pelo menos 150 minutos por semana; controlar os fatores de risco cardiovascular, como hipertensão e diabete; procurar estudar e adquirir conhecimento; trabalhar sua capacidade de concentração; dormir bem.