“Qual é o estilo de Deus? É simples: proximidade, compaixão e ternura”: Palavras do Papa na Audiência com a comunidade do Instituto de Teologia da Vida Consagrada “Claretianum” por ocasião do 50º aniversário de sua fundação
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Nesta segunda-feira, 7, no Palácio Apostólico Vaticano, o Papa Francisco recebeu em audiência a comunidade do Instituto de Teologia da Vida Consagrada “Claretianum”, por ocasião do 50º aniversário de sua fundação.
Na ocasião, o Pontífice agradeceu o precioso serviço prestado segundo o espírito e a missão de Santo Antonio Maria Claret que se empenhou em sustentar e promover a vida consagrada nas suas várias formas. “Suas publicações, seus trabalhos me ajudaram muito em minha vida como formador de jovens seminaristas”.
O Papa ressaltou que a contribuição dos Missionários Claretianos às famílias religiosas, através do acompanhamento espiritual, do esclarecimento doutrinal e sobretudo da assessoria jurídica é conhecida em todo o mundo. Enumerou as publicações e revistas, algumas com mais de cem anos.
“Não estou exagerando, mas vocês, com o trabalho, humanizaram muito a vida consagrada. Damos graças a Deus pelas muitas expressões da atividade dos vossos Institutos, que têm ajudado tantas pessoas e comunidades: dias de estudo, semanas e congressos, o acompanhamento prestado aos capítulos e governos de todo o tipo de institutos, sociedades de vida apostólica e novas formas de vida consagrada. Obrigado pela vida e serviço dos seis Institutos, mas também pelas iniciativas que promovem e continuam a promover em muitos outros lugares: México, Polônia, Reino Unido, Indonésia…”, disse Francisco.
A vocação sinodal da Igreja
Trazendo a imagem da vocação sinodal da Igreja, o Santo Padre constatou que o serviço prestado pelos claretianos à vida consagrada foi marcado pelo desejo de concretizar o que tanto valorizou Santo António Maria Claret. “Vocês não só mantiveram a comunhão com a Sé Apostólica, com os Pastores das Igrejas particulares e com as Federações dos Superiores Maiores, mas também trabalharam para partilhar o vosso serviço de animação e renovação com outras vocações e ministérios eclesiais: religiosos com outros carismas, sacerdotes seculares e leigos”.
Encorajou os presentes a continuarem a servir a vida consagrada com espírito claretiano, de forma missionária. “O primeiro serviço dos vossos Institutos Teológicos deve ser o de se oferecerem como casas de acolhimento, louvor e ação de graças; como lugares onde os carismas são compartilhados e cresce o desejo de viver o espírito das bem-aventuranças e o discurso escatológico. Nelas deve-se manifestar a comunhão e estimular a opção pelos pobres e a solidariedade, a fraternidade sem fronteiras e a missão em constante saída. Com esta disposição, será mais valorizado o dom da vida consagrada e a sua missão na Igreja e no mundo”, enfatizou.
Não podem desanimar
O Papa aludiu que hoje a vida consagrada não pode se deixar desanimar pela falta e vocações ou pelo envelhecimento. “Mas o que devemos fazer?”. Este é o desafio. Quem se deixa levar pelo pessimismo deixa a fé de lado. É o Senhor da história que nos sustenta e nos convida à fidelidade e à fecundidade”.
“A vida religiosa só se entende pelo que o Espírito faz em cada uma das pessoas chamadas. Há aqueles que se concentram demais no exterior (estruturas, atividades…) e perdem de vista a superabundância de graça que existe nas pessoas e nas comunidades. Para isso, por favor, remova o espírito de derrota, o espírito de pessimismo: isso não é cristão. O Senhor não deixará faltar a sua proximidade com o povo, fá-lo-á de uma forma ou de outra, mas é Ele que é importante”, exortou o Pontífice.
Mesmo diante dos desafios enfrentados hoje, Francisco convidou os presentes a sublinharem o valor da fidelidade no seguimento de Jesus segundo o espírito dos Fundadores, para cuidarem da vida comunitária. “Numa época em que o individualismo é tão difundido, prestem atenção à vida comunitária! Exorto-vos a viver a interculturalidade como caminho de fraternidade e missão e a promover o encontro entre as diferentes gerações na vida consagrada, na Igreja e na sociedade. Quero enfatizar isso: o encontro entre as diferentes gerações. Os jovens precisam sair com os velhos, eles têm que conversar, e os velhos precisam sair com os jovens”.
Procurar sempre novos caminhos
Por fim, o Papa agradeceu o empenho com que os claretianos acolheram o seu apelo e continuou a exortá-los a procurar sempre novos caminhos para servir ao Senhor e ao santo povo fiel de Deus. “Como vos disse em outras ocasiões, não tenham medo e cultivem cada vez mais o estilo de Deus. E qual é o estilo de Deus? É simples: proximidade, compaixão e ternura”.